Capítulo 13

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Depois, saímos para correr como no último final de semana. No caminho, encontro uma padaria e, é claro que preciso entrar para comer alguma coisa. Kae pede apenas um café preto, enquanto eu aproveito para provar alguns quitutes do lugar.

— Não sei como consegue ingerir tanto açúcar sem passar mal.

— É um dom? Um muito melhor do que sentir as emoções. Pelo menos ele não me decepciona.

— Ainda remoendo o seu término?

— Remoendo o fato de ter sido idiota.

— Falando sério aqui! Se ele fosse um cara bacana, você teria ficado com ele? Quero dizer, construído uma família?

— Por que não?

— E daqui a alguns anos? Como você explicaria o fato de não envelhecer, como explicaria seus filhos serem diferentes das demais crianças?

— Não pensei tão longe. Acho que no fim nunca coloquei realmente fé no nosso relacionamento. Eu só queria saber onde me encaixo. Não sentia que me encaixava em Aragon, então simplesmente queria me encaixar aqui.

— Por que você não se encaixaria em Aragon? Seu desempenho no ranking universitário foi impressionante, assim como no militar.

— Não sei, nunca consegui levar nenhum relacionamento adiante, como se não fosse para ser.

— Provavelmente não era para ser, mas não por serem aragonianos, e sim por não ser a pessoa certa.

— Você acredita nisso? Que realmente exista a pessoa certa?

— Eu não acredito em destino ou qualquer uma dessas besteiras, mas acredito sim que existam algumas pessoas certas para cada um de nós. Seria bobagem pensar que existe apenas uma pessoa ideal. Acredito que simplesmente conhecemos uma dessas pessoas, nos apaixonamos e nos esforçamos todos os dias para que as coisas deem certo.

— Talvez você tenha razão, mas quanto tempo tenho que esperar para encontrar a pessoa certa?

— Não faço ideia. Meu irmão Sthefaro encontrou a pessoa certa para ele aos quinze anos. Passados quase quarenta anos, ainda não conseguiram ficar juntos. Então, talvez não faça muita diferença quando você encontra essa pessoa, mas sim o que consegue fazer para ficar ao lado dela.

— Você fala como se o seu irmão não estivesse se esforçando o suficiente.

— Ele está. Conheço bem ele para saber disso, mas um relacionamento é uma via de mão dupla. Não adianta apenas um dos lados fazer a sua parte, eles precisam trabalhar em harmonia.

Fico pensando no que ele falou enquanto caminhamos de volta para casa. Realmente, um relacionamento não tem como dar certo quando apenas uma das partes se esforça. É um trabalho conjunto e diário.

*************

Como hoje é sábado e não estou trabalhando, a Brindha nos convidou para uma festa. Estou me arrumando no banheiro do Kae quando ele bate na porta.

— Velitha! Vai demorar muito ainda?

— Estou quase terminando.

— Preciso tomar banho ainda. Você já está aqui há mais de uma hora.

— Pode entrar e tomar banho.

— Como? Você não sai desse banheiro. — Saio da frente do espelho e abro a porta. Estou usando uma saia preta justa com uma blusa de alcinha também preta.

— Pode entrar. — Falo e me viro para o espelho novamente.

— Como se você não sai daí?

— Pode ficar à vontade. — Digo, apontando para o box.

— Você tá doida, garota? Não temos esse tipo de relacionamento.

— Qual o problema? Você tem alguma anormalidade por baixo desse shorts? Eu sou médica, pode ter certeza de que já vi de tudo.

— Se eu estiver em uma situação de vida ou morte, não vou me preocupar com o que você vê, mas nas atuais circunstâncias, prefiro um pouco de privacidade para tomar meu banho.

— Ok, depois eu que sou fresca. — Falo, pego minhas coisas e vou em direção ao lavabo.

— Pelo visto, vou ser obrigado a comprar um apartamento com dois banheiros. — Ele resmunga baixo.

— Seria uma ótima ideia. — Grito do lavabo. — Posso pagar metade.

— Eu não estava falando sério. — Ele grita do banheiro.

— Eu estava. — Falo em voz baixa. Mas tenho certeza de que ele conseguiu ouvir.

Termino de me arrumar e sento no sofá da sala para esperar o Kae. Preciso pegar minha mini bolsa lateral, só cabe meu celular, um documento e cartão de crédito, mas é o suficiente para a noite. Minha bolsa está no quarto, e tenho certeza de que ele reclamaria se eu entrasse. Ele é todo fresco em relação à privacidade. Não entendo isso, ele dormiu mais de uma vez colado em mim. Posso não ter visto nada, mas definitivamente senti. Não posso abrir minha boca, se falo isso para ele, com certeza ele troca a senha da porta.

— Vamos? — Ele sai do quarto e me entrega minha bolsa.

— Você está muito bonito. — Ele está vestindo uma calça preta mais justa, uma camisa branca e uma jaqueta de couro. É um baita contraste em comparação com o que ele usa durante a semana. Como ele pode ficar bonito tanto na pose de advogado quanto na de garoto mal?

— Você também, mas imagino que já soubesse disso.

— Com certeza, mas é bom ser apreciada. — Falo rindo.

— Vou pegar minha bolsa para sairmos.

— Deveria pegar um casaco também.

— Por quê? Você sabe que não vou sentir frio.

— Sim, mas humanos sentem frio. Você deveria ver a previsão do tempo e usar roupas adequadas.

— Sempre faço isso, engraçadinho. Não se preocupe, mais da metade das mulheres no clube estarão vestidas com menos roupas do que eu. Vamos. Estou de carro, posso dirigir hoje.

— Nem pensar, sei que vai beber e não estou convencido sobre essa história do álcool não te afetar. — Reviro os olhos e saio do apartamento com ele.


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