Capítulo 19

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Não queria que o Kae fosse ao abrigo comigo, não porque não quisesse a companhia dele, mas apenas porque não queria atrapalhar ainda mais a vida dele. No final, as crianças adoraram tê-lo lá, assim como eu.

Os dias continuaram passando como sempre. Eu tinha muito a fazer todos os dias e pouco tempo para pensar em qualquer outra coisa. Acabei aceitando mais trabalho para manter minha mente ocupada e tentar esquecer os acontecimentos recentes. 

Minha rotina e a do Kae continuavam as mesmas, e todos os dias eu pensava no que ele me disse quando estávamos juntos no chuveiro, que ele me beijaria quando eu quisesse. Mas até agora não tive coragem de pedir, pois meu medo de estragar o relacionamento que tínhamos era maior do que o desejo de ficar com ele. Eu sabia que o problema estava dentro de mim. Ainda restavam dúvidas se eu realmente gostava dele ou se era apenas da situação confortável de ter alguém bloqueando as emoções ao meu redor e facilitando minha vida. Não vou ser hipócrita, eu sabia que me sentia atraída por ele, mas quem não se sentiria? No entanto, estar ao lado de alguém apenas por atração ou comodismo não era apropriado. Além disso, além da atração, eu não sabia dizer se ele sentia algo mais por mim.

Conforme as semanas passaram, nos ajustamos novamente à nossa rotina. Era sábado e estávamos nos arrumando para ir a um show que aconteceria em nosso clube favorito.

— Velitha, quanto tempo você vai ficar nesse banheiro? Preciso arrumar meu cabelo. Sempre essa demora... — Kae reclamou enquanto eu abria a porta. Eu estava usando a saia que iria ao clube, mas ainda não tinha colocado minha blusa, usando apenas um top pequeno.

— Se você sabe que sempre levo esse tempo, por que não deixa sua escova fora do banheiro? — perguntei, bloqueando a saída dele quando ele tentou passar por mim novamente.

— Você está dizendo que não devo deixar meus produtos de higiene no meu banheiro? - Ele pergunta, passando por mim pela porta para pegar a escova da discórdia.

— Nosso banheiro! - Digo, bloqueando sua saída quando ele tenta passar por mim novamente.

— Quantas vezes vou ter que pedir para não sair do banheiro com roupa de baixo?

— Isso não é roupa de baixo, é um top. Quantas vezes nos últimos dez meses tivemos essa discussão, Kae? Se está incomodado, não olhe. Ou será que sou tão irresistível assim?

— Não me provoque, Velitha. Qualquer dia vou perder a paciência. — Ele falou bem perto do meu rosto, e pude sentir sua respiração.

— Estou contando com isso, na verdade.

— Se você não estiver pronta em 10 minutos, vou sem você.

— Você não ousaria.

— Me teste!

Eu não ousaria testá-lo, então me apressei para terminar de me arrumar. Assim que chegamos ao clube, fui ao bar pegar uma bebida antes de encontrar a mesa que tínhamos reservado.

— Amihr e Brindha ainda não chegaram? — perguntei assim que encontrei Kae na mesa. Havia duas garotas ao redor dele, como sempre, pareciam abelhas em volta do mel e isso me irritava profundamente. Elas saíram assim que me viram, provavelmente devem pensar que sou a namorada. Ouvi ele dizer que era comprometido antes que eu chegasse à mesa. Sentei ao lado dele para marcar território. — Elas não desistem, né?

— Não, ainda não chegaram. Você é mais ciumenta do que eu imaginava.

— Ciúmes? De você? Você só pode estar brincando, não é?

— Não é ciúmes? Então, como você chamaria isso? — Ele falou em relação ao fato de eu estar grudada nele no banco.

— Marcar território. Não ciúmes. Eu preciso de você, então estou marcando meu território. — Antes que ele possa responder avistamos a Brindha e o Amihr entrando.

— Boa noite! — Brindha falou ao sentar-se, enquanto Amihr nos cumprimentou apenas com um aceno de cabeça, já que ele não costumava falar muito.

— Aconteceu alguma coisa?

— Se eu pudesse, encheria a cara de álcool para acordar apenas amanhã. É isso que mais sinto falta de Aragon.

— Não deveria ser sua família?

— Claro! Geralmente meu estresse está relacionado a eles. Amo minha família, mas tenho que ser sincera. Amo mais a distância que posso manter deles. Se eu pudesse, me esconderia em um lugar onde nunca mais me encontrariam.

— O que aconteceu dessa vez?

— Minha irmã mais velha vai se casar, eles querem que eu volte e até me arrumaram um marido pra mim. — Ela falou, pegando a garrafa de água que Kae sequer tinha aberto e tomando tudo de uma vez.

— Vou buscar mais água. — Amihr falou, indo até o bar.

— Como assim? Que marido? Quem é?

— Nem me dei ao trabalho de perguntar. Só volto para lá arrastada.

— Você não falou sobre o Amihr?

— O que queria que eu dissesse?

— Que vocês estão juntos. Que eles não precisam encontrar um marido para você.

— Eu não quero me casar sob pressão dos meus pais, jurei que jamais faria isso. Além disso, você sabe que casamentos são acordos comerciais de onde nós viemos.

— Amihr será o próximo duque de Kerala, por que ele não seria um pretendente adequado? — Kae perguntou.

— Porque Kerala apoia Avar, simples assim. Vocês deveriam se casar, quem sabe assim eles parariam com essa palhaçada de dividir e conquistar. — Ela falou e saiu da mesa.

Eu podia entender a dor de Brindha, não apenas entender, eu podia senti-la. É sempre mais difícil sentir a dor daqueles que amamos, muito mais fácil sentir a nossa própria.

— Muito bem! Por hoje, chega de drama. Eu só quero dançar e esquecer que minha vida está um caos no momento! — Brindha falou ao voltar.

— Vamos! — Eu disse, pegando a mão dela, e fomos juntas para a pista de dança.

Depois de horas dançando, bebendo e aproveitando a festa, precisei ir ao banheiro. Comecei a descer as escadas da pista de dança e parei no meio do caminho. Estava vendo o que eu achava que estava vendo, ou finalmente tinha bebido o suficiente para ter alucinações?

— Você não ia ao banheiro? — Brindha perguntou ao parar ao meu lado. Segurei a mão dela e indiquei a direção para onde estava olhando. — Ali?

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