Capítulo 7

12 2 0
                                    

*Antes de começar não se esqueçam de votar! Clique na estrelinha!!!



 Acordo quando sinto alguém me erguendo e percebo que estou sendo carregada no colo.

— Onde estamos?

— No meu apartamento.

— Você não ia me levar para um hotel?

— Sim, mas você acabou adormecendo e fiquei com medo de que houvesse mais álcool ou drogas escondidas em outro local. — Ele fala enquanto caminhamos do estacionamento em direção à portaria do prédio, ainda comigo no colo.

— Qual é o endereço daqui?

— Por quê? Pretende chamar a polícia caso eu te assedie?

— Simplesmente porque me sinto mais segura sabendo onde estou. — Ele se vira comigo no colo e mostra uma placa indicativa de saída do prédio com o nome da rua.

— É mais perto do que eu esperava.

— Mal saímos do estacionamento e você já estava dormindo. — Estamos no elevador e ele continua me segurando no colo.

O elevador para no último andar e ele abre a porta do apartamento. A fechadura é eletrônica, então ele apenas digita a senha.

Assim que entramos, ele me solta no sofá.

— Seu apartamento é menor do que eu imaginava.

— O que você imaginava?

— Você tem um ego tão grande que pensei que viveria em um apartamento de mil metros quadrados.

— Não tenho nada para provar a ninguém, e esse apartamento atende muito bem às minhas necessidades.

O apartamento não é pequeno para uma pessoa solteira, mas está longe de ser enorme como eu imaginava que seria, para alguém que viveu a vida toda em um castelo. Fico admirada por ele viver em cem metros quadrados.

O apartamento parece ter apenas um quarto, sala e cozinha em conceito aberto, uma grande sacada e uma porta que imagino levar para a área de serviço.

— Você pode tomar um banho, se quiser. O closet e o banheiro ficam à direita, entrando no quarto. — Ele fala, indicando o caminho.

— Ok. — Falo, me questionando internamente sobre o que estou fazendo ali e por que ainda não fui embora. Eu poderia dizer que é porque meu pai está com a namorada em casa, mas, na verdade, a presença dele me transmite uma calma que eu sequer sentia em Aragon. É como se sempre houvesse pessoas falando dentro da minha cabeça, e agora elas estão em silêncio. Essa é a sensação que tenho ao sentir as emoções das pessoas. Para mim, é difícil não me deixar influenciar. Aqui, na companhia dele, enquanto ele bloqueia essas influências externas, sinto que posso ser eu mesma pela primeira vez desde que cheguei a esse planeta.

Me levanto e tiro a blusa transparente que uso por cima do top.

— Você poderia, por favor, se trocar no banheiro?

— Eu não ia ficar sem roupas aqui. Essa blusa não esconde nada, e o que está à mostra já foi visto por dezenas de pessoas hoje. — Me viro para entrar no quarto, indo em direção ao closet. É um espaço realmente grande, em formato de corredor, e no final dele fica a porta para o banheiro. — Que roupa posso pegar emprestada?

— Pode pegar o que se sentir à vontade. — Ele fala.

Começo a abrir as gavetas. — Não vou encontrar nada suspeito nessas gavetas, certo?

— O que seria algo suspeito? — Ele pergunta, aparecendo na porta do closet. Estou agachada com a mão na gaveta, pensando se devo ou não abrir.

— Roupas das suas ex ou qualquer brinquedinho que tenha usado com elas.

— Você é a primeira garota que trago nesse apartamento, então pode abrir as gavetas tranquila, só vai encontrar roupas aí dentro.

— Por quê?

— Porque nunca trouxe outra mulher aqui. Este é meu canto de paz, não gosto de ser incomodado na minha casa.

— Não foi uma decisão muito esperta ter trazido uma caçadora de coroa para sua casa, não acha? — Falo, enfatizando as palavras que ele usou no nosso primeiro encontro.

— Você nunca vai esquecer isso, não é?

— Não enquanto isso te incomodar, então imagino que por um bom tempo. Mas você não respondeu por que me trouxe, se não gosta de ter outras pessoas na sua casa.

— Você não me deixou muita escolha quando se encheu de álcool e remédios na minha frente, e não é como se eu pudesse te levar a um hospital.

— Já te falei que não fazem efeito em mim.

— Já te falei que não acredito, então, por favor, tome banho logo para que possamos ir dormir.

Abro as gavetas dele até encontrar uma camiseta branca simples e tento encontrar um shorts que sirva em mim. Como não encontro nada, pego uma das cuecas boxer na gaveta, que vai servir como um shorts.

Tomo banho em total paz e silêncio. Me seco e, assim que saio do banheiro, me jogo na cama do quarto. A cama não é tão grande, apesar de ser um pouco maior que uma de casal padrão. Imagino que ela seja do tamanho queen.

A luz do quarto está apagada. Escuto ele tomando banho, e, assim que termina, o escuto mexendo no closet. Ele sai com uma coberta e um travesseiro.

— O que está fazendo?

— Montando uma cama.

— No chão? Tem medo de que eu te morda de noite?

— Pensei que você poderia se sentir desconfortável se eu deitasse com você na cama.

— Não somos mais adolescentes, e a cama é grande o suficiente. — Ele parece pensar sobre o que estou falando. Como ele não responde, eu me sento na cama novamente. — Posso dormir no sofá, se for o caso. Sou menor que você, e, de qualquer forma, a cama é sua.

— Está tudo bem, você tem razão, a cama é grande o suficiente para nós dois. — Ele fala e deita na cama.

— Algum problema? Você parece desconfortável.

— Não costumo dormir com tanta roupa. — Ele está usando uma calça de moletom e uma camiseta.

— Agradeço seu esforço em dormir vestido, mas por que você não coloca um shorts pelo menos? — Ele suspira, levanta da cama rumo ao closet e volta usando o que parece ser uma samba canção, além da mesma camiseta.

— Ok, vamos dormir agora.

— Boa noite, obrigada por me deixar dormir aqui. — Ele não fala nada, então viro para o outro lado, me agarrando a outro travesseiro para dormir. Sempre tive essa mania de dormir agarrada a um travesseiro.

Encontro ArranjadoOnde histórias criam vida. Descubra agora