Encontro Arranjado

Capítulo 14

*Antes de começar não se esqueçam de votar! Clique na estrelinha!!!

Chegamos ao clube e vou direto encontrar a Brindha; eles reservaram uma mesa e ela está sentada com o Amihr.

— Boa noite, pessoal!

— Finalmente chegaram. — Brindha fala quando nos aproximamos.

— Sua prima leva duas horas para se arrumar, não sei o que ela tanto fez trancada naquele banheiro.

— Já começaram a brigar? Isso foi rápido! — Minha prima diz.

— Te falei que você podia entrar e tomar banho. Ficou com vergonha. Que culpa eu tenho?

— E se eu te falasse para entrar e tomar banho enquanto estou me arrumando?

— O que tem?

— Sério que você não vê nenhum problema nisso?

— Que problema poderia ter?

— Sua prima tem sérios problemas sobre limites e privacidade. — Kae fala olhando para Brindha.

— Eu sei, sinto muito, mas você não vai conseguir arrancar isso dela. O restante de pudor que ela tinha foi arrancado quando ela começou o estágio da faculdade.

— Um corpo é apenas um corpo, Kae, nada demais nisso. — Faço uma pausa. — Vou pegar uma bebida porque cansei desse papo.

— Não exagera, Velitha. Não quero ter que te carregar hoje de novo. — Viro meus olhos enquanto me afasto.

— Vocês parecem um casal de velhos casados. — Escuto Brindha falar enquanto me afasto.

Aproveito para observar o clube. O lugar está muito bonito, como sempre. Uma banda toca no palco enquanto algumas pessoas dançam. Nas laterais, mesas em forma de cabine. Me aproximo do bar e tento chamar a atenção do bartender. Peço uma bebida para mim e duas garrafas de água para Kae.

Quando volto para a mesa, decido perguntar para Kae.

— Sobre nosso acordo, quais as chances de ter alguém aqui nos observando?

— Que acordo? — Brindha pergunta curiosa. — O que vocês estão aprontando?

— Um acordo de cooperação mútua. — Kae responde.

— Vamos deixar nosso olheiro nos ver e pensar que temos um relacionamento. Assim, param de nos perturbar por um tempo. — Respondo.

— Pensaram bem sobre isso? Nas consequências. — Amihr fala olhando para Kae. Pelo que entendi, Amihr é uma pessoa de poucas palavras, mas extremamente observador.

— Nunca dou um passo sem pensar nas consequências. — Kae responde olhando pra ele.

— Ok, essa conversa está ficando mais séria do que o esperado. Só queria saber se tem alguém nos vigiando.

— Acredito que não, fique à vontade. — Sorrio para ele, termino minha bebida e me jogo para a pista de dança.

Claro que escuto minha prima resmungando com Kae.

— Você sabe o que ela quis dizer, não?

— Que ela quer ficar com alguém? — Kae responde.

— Você não se importa?

— Por que me importaria? Não temos esse tipo de relacionamento. Ela é livre para fazer o que bem entender.

— Você entende esse relacionamento deles? — Brinda pergunta para o Amirh.

— Se nem eles entendem, por que eu deveria?

Realmente, não me importo com o restante da conversa. Depois de uma semana extremamente desgastante, finalmente posso dançar e extravasar todas as emoções que acumulei.

Alguns caras se aproximam, mas nenhum deles desperta meu interesse. E sei por que estou me sentindo assim hoje: estou comparando todos eles com o cara próximo à pista, segurando uma garrafa de água e conversando com uma loira mal vestida.

— Bonita ela. — Brindha se aproxima e comenta.

— Qual você acha que é o fascínio que os homens têm por loiras?

— Me diga você, deve ser o mesmo fascínio que eles têm por mulheres de olhos claros.

— Estou falando sério, não entendo a mente masculina.

— Você está com ciúmes?

— Do que você está falando? Nós não temos nada.

— Tem que concordar comigo que esse acordo entre vocês é muito estranho.

— É algo que beneficia nós dois, simples assim. Você sabe das minhas dificuldades desde que cheguei. Lidar com toda essa mistura de emoções não tem sido fácil. O Kae simplesmente consegue tornar meu dia mais leve.

— Só me pergunto se é o fato dele bloquear as emoções ao seu redor ou simplesmente a presença dele que causa isso.

— Vou pegar outra bebida. — Reviro os olhos para ela e vou até o bar.

Enquanto espero o bartender fazer minha bebida, questiono-me sobre o que Brindha falou. Eu sei que me sinto atraída por ele, mas quem não se sentiria? O cara é lindo, tem um corpo perfeito, é bem-sucedido e inteligente. São muitos aspectos positivos para não serem levados em consideração. No entanto, atração não significa muito. Se não fosse pelo nosso acordo, eu já teria beijado ele para testar minha teoria. Mas não quero que as coisas fiquem estranhas entre a gente, então acho melhor frear meus pensamentos antes que eles me levem a um caminho incerto.

Depois de muito dançar e beber, Kae me chama para irmos embora. Ainda tenho energia de sobra, mas sei que, assim que deitar na cama, vou dormir profundamente. É como se ele fosse o melhor sonífero que já conheci.

O apartamento de Kae fica bem próximo, então chegamos rapidamente. Assim que entramos, o sono começa a me dominar.

— Velitha, pode tomar banho primeiro.

— Estou com sono! — Reclamo, tentando me jogar na cama.

— Por favor, tome um banho. — Ele me segura e me direciona para o banheiro.

Tomo meu banho, coloco meu pijama e caio na cama. Meus olhos devem ter se fechado antes mesmo de minha cabeça tocar o travesseiro. Sinto Kae deitando ao meu lado e me lembro de tê-lo abraçado, ele cheira a sabonete.

— Você cheira bem. — Falo, ainda bastante sonolenta.

— Por isso tomamos banho antes de dormir.

— Você está certo.

— Eu deveria gravar você dizendo isso, caso se repita.

— Provavelmente não vai.

Acordo com Kae me abraçando enquanto ele ainda está dormindo, isso é uma novidade. Ele dorme apenas quatro ou cinco horas por noite, assim como os demais aragonianos. Viro para ele e mexo no cabelo que está em frente aos seus olhos. Mesmo dormindo, ele é lindo, e ainda bloqueia as emoções ao meu redor. Ele é impressionante em tudo o que faz. Preciso ter cuidado com meus sentimentos em relação a ele. Tenho medo de me apaixonar e precisar me afastar. Seria melhor manter nosso relacionamento apenas como amizade, pelo menos até ele encontrar alguém. Quanto a mim, já perdi as esperanças de encontrar a pessoa ideal.