Pétalas do Outono

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⠀⠀⠀⠀⠀O dia clareou e o jovem rapaz suspirou, o corpo despertou assim que os primeiros raios de sol adentraram as pedras daquela pequena caverna onde tivera passado a noite. Suspirou o ar fresco da manhã e então sorriu, exibindo a natureza suas covinhas, Mingi se sentia tão vivido pelas manhãs; como se o dia lhe animasse. Mas as noites eram seus momentos preferidos. Seus amigos ainda dormiam, o rapaz pegou seu arco e caminhou algumas arvores, iria surpreendê-los com um cervo ou talvez um javali, seria um bom café da manhã. Pensou. Desceu a colina em meio as arvores em busca de comida, cautelosamente pisando sobre a terra enquanto tentava não fazer barulho, olhou o céu e então inspirou o ar, guardou o arco em suas costas e então subiu uma arvore. – Local perfeito. – Para pegar uma presa desatenta, empunhou novamente a árvore e esperou, espero muito, ouvia o canto dos pássaros enquanto os olhos buscavam qualquer coisa, qualquer coisa que pudesse saciar a fome que sentia.


– Anda logo. – Murmurou com os lábios entre abertos, rodeando os olhos. – Será que o lugar é ruim?


Externou enquanto se preparava para descer, o rapaz torceu os lábios, porém segurou na árvore novamente e voltou ao ponto anterior, puxou o arco e então mirou no longo, um cervo que passeava calmamente pela floresta, era perfeito, puxou a primeira flecha e então disparou. Acertando próximo aos pés do cervo. Mingi resmungou e seguindo o animal, pulou da arvore, começando a correr para o cervo que ficava alvoroçado, puxou novamente outra flecha e disparou novamente, acertando as ancas do animal. O mesmo cambaleou alguns galhos e puxou de novo o arco, mirando na cabeça do animal Mingi disparou uma flecha rápida como a luz, tendo a esperança de acertar, no mesmo instante viu uma vinha sair do solo e rebater a flecha. Sentiu o folego diminuir e então olhou para o chão em tempo de ver outra raiz se mover, dessa vez em sua direção; desviou. Mingi continuou a correr, dessa vez para onde seus amigos estavam, corria e a medida que o fazia, tinha a impressão de que a floresta estava se movendo, tentando lhe pegar. Pulou um tronco que mal se lembrara de ter passado por, desvencilhou-se dentre os galhos de algumas arvores que não se lembrava de ter visto, o rapaz sentiu o soprar forte do vento e então finalmente viu as pedras, acelerou os passos ofegante e então adentrou o amontoado de pedras apenas para descobrir que não havia ninguém por ali. Mingi foi para o fundo da pequena caverna e então se sentou. Será que tinha errado o lugar? Não era possível! Será que tinha sido deixado? Isso também não poderia ter sido, eles não poderiam ter ido longe, certo? Com isso em mente, Mingi se levantou e então decidiu procurar em volta, mas ao sair da caverna, sentiu os pés afundarem no chão, sendo abraçado por várias vinhas de uma vez só. O corpo imobilizado encarava as arvores se retorcerem em seu campo de visão enquanto dois garotos surgiam em meio a elas.


– Quem são vocês? – Perguntou primeiro. – Me ajudem!

Pediu.

– Que fofo. – O rapaz da direita, de cabelos vermelhos disse. – Tá perdido?

Ele sorriu.

– Sim, bom não. – Puxou uma vinha que apertava seu pescoço. – Estava acampando com uns amigos, eu fui caçar e quanto voltei não tinha mais ninguém.

– Ah..., você então que flechou o cervo... – O rapaz olhou para o outro que permaneceu quieto. – Sim, espera, como sabe? – Mingi indagou curioso enquanto tentava se mover. – Pode me ajudar?

– Seus amigos foram embora... – O outro rapaz finalmente disse de modo baixo.

– Sim, eles te trouxeram aqui. – O ruivo sorriu, se aproximando de Mingi. – Achei que como um filho de Hades você tivesse percebido.

Quatro Estações de Kang Yeosang.  ↱ MinSang ᵕ̈Onde histórias criam vida. Descubra agora