Quatro Estações de Kang Yeosang. ↱ MinSang ᵕ̈

Próximo dos Deuses

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⠀⠀⠀⠀⠀Ouviu os acordes do filho de Eros e então se sentou em uma pedra olhando a reunião dos semideuses ali, – seus "amigos" ao menos – Yunho cantarolava uma canção de amor, enquanto as outras proles bebiam. Mingi suspirou enquanto ajeitou seus óculos, minimamente sorrindo enquanto encarava os pares ao seu redor. Seonghwa se sentava próximo de San que timidamente segurava sua mão, Wooyoung por sua vez estava com uma das pernas sobre a coxa de Hongjoong que parecia reclamar e fazer o ruivo rir. Sobre Yunho havia vários pares de olhos esperançosos, afinal ele era filho do Deus do amor. Mas isolado de todas as pessoas, havia Jongho e Yeosang. Esses dois sentados separadamente, mas Jongho fazia questão de queimar marshmallows na fogueira e oferecê-los a Yeosang.

"Não é a gravidade, nem mesmo as ondas do mar que me trazem de volta, desejando você."

"Devo falar a verdade, é você."

Mingi sorriu, Yunho cantava palavras tão bonitas que pareciam cativar as pessoas. O tom doce na voz parecia inebriar seus ouvidos e o olhar das pessoas por sua vez inebriavam o filho de Eros.

"Deixe-me acenar para você, não para dizer o adeus."

"Deixe-me ficar ao seu lado, pois é bom o suficiente"

"Sim é bom ao suficiente para mim. E eu sou bom o suficiente..."

Para você...

Mingi sentiu um arrepio ao longo da espinha e braços à medida que o olhar de Yunho e seus últimos acordes tocavam seus ouvidos. Desviou o olhar e então enxergou as labaredas, o queimar das chamas. Voltou a olhar o cantor com um semi sorriso, se levantando assim que as pessoas começavam o aplaudir. Yunho fez uma breve reverencia e então guardou seus instrumentos. Afastando-se da roda enquanto deixava as pessoas aproveitarem suas companhias.

– Está aproveitando o solstício?

A voz de Yunho finalmente quebrou o som das outras vozes.

– Ah! – Mingi coçou o cabelo e então olhou para o outro. – Até que sim.

Yunho riu com o tom desconfortável em que o outro havia falado.

– Fica melhor se tiver alguém. – O maior continuou.

– Percebi isso. – Mingi respondeu agora rindo.

– Então... Se quiser... – Yunho sorriu, levando uma das mãos ao rosto de Mingi e o virando para si.

Encararam-se por alguns segundos antes de Mingi desviar o olhar, arrancando um riso do mais alto que, parecia, estava entretido.

– Se quiser, pode me encontrar no meu chalé. Sou filho único então se quiser diversão, já sabe.

Disse, dando algumas tapinhas nas costas do filho de Hades e se levantando.

Mas para o azar de Yunho, Mingi tinha pouco ou zero interesse. Não que a proposta não tivesse sido tentadora, realmente tinha, afinal depois da música doce e do flerte. Qualquer um não teria hesitado em acertar tal proposta, só que novamente, para o azar do filho do Deus do amor. O filho do Deus do submundo nunca havia pensado seriamente em se relacionar com alguém. Sequer pensava em ser adequado para tal coisa. Mingi riu sozinho e então se levantou para uma caminhada.

Os passos sem destino o fizeram passar pela arena, d'onde viu alguns lutadores se enfrentando na noite cálida, deixou de lado a luta e continuou em seus passos, chegando até os campos de morango. E para a surpresa de Mingi, mesmo depois de alguns meses já morando ali, nunca tinha prestado atenção nos arredores da arena e tão pouco naqueles campos fartos de morangueiros. Adentrou ali, sentindo os primeiros ventos gelados do Inverno. O clima esfriava à medida que andava pela vegetação. Mingi abriu uma das mãos, a fazendo queimar. As chamas iluminavam os morangos e o aqueciam. Mas o vento soprava mais forte, sentiu uma brasa respingar a roupa e então apagou, fortificando a labaredas que agora queimava em chamas azuis. Se abaixou para pegar um morango com a mão livre e então ao colocar a fruta na boca, sentiu o vento gelado cortar seu rosto, fazendo a brasa cair sobre alguns morangueiros. – Eu to ferrado – Pensou ao ver a chama incandescente queimar as folhas. Tentou apagar, mas o desespero apenas piorava sua falta de conhecimento sobre os próprios poderes.