Capítulo 8

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Point Of View Maiara:

Eu pensei que iria morrer no meio daquela chuva toda, a todo o momento o meu pensamento estava na minha filha, já estava tarde e eu ainda não havia conseguido chegar em casa, meu corpo está fraco, eu não conseguia nem raciocinar direito. Eu só pedia a Deus para me ajudar a ficar firme até que um "anjo" apareceu e esse anjo não era ninguém mais do que Marília Mendonça a maior estilista desse mundo. Mas no momento eu não conseguia nem raciocinar direito eu só fiz o que ela pediu e fiquei esperando ela na sala, coisa que não demorou muito pois em menos de dez minutos ela já estava na sala de novo.

-Voltei, então eu só tenho esse sanduíche aqui e esse suco (falou me entregando)

-Não precisava, eu já te incomodei muito. Muito obrigada mais já estou indo (falei com vergonha e apressada)

-Você não incomodou em nada, e eu não irei deixar você sair daqui sem comer e muito menos com essa chuva. olha só para você, está tão frágil que se pegar mais um pouco de chuva vai direto para o hospital. (Falei brava e vi ela se encolhendo no canto)

-E-u preciso ir embora (falou com uma lágrima escorrendo) já são quase nove horas da noite e ainda não estou em casa, minha família deve está preocupada e minha filha em pranto (falou triste e nervosa)

-Uma moça tão jovem como você já tenho filha, eu posso te levar em casa. Estou de carro.

-Não precisa se incomodar (falou sem graça)

Point Of View Marília:

Eu não sei o que eu estava sentindo, fazia tempo em que eu não sentia isso que eu estava sentindo. Nem sei explicar o que de fato estou sentindo mais é um sentindo de proteção, ela me parece tão frágil, eu consigo encher além do que eu queria o seu olhar, parece medo, um olhar triste de quem já sofreu muito e que sofre. Nunca consegui ler tanto um olhar de uma pessoa como estou conseguindo ler o dela.

Depois de um tempo curto ela termina de comer e vamos logo em direção ao carro.

-Espera aí que eu vou pegar o carro para você não se molhar (falei e ela acentiu)

Fui em rumo ao carro correndo, já não chovia como antes então estacionei em frente a empresa para ela entrar. Percebi que ela estava sem jeito então falei:

-Pode entrar, eu não vou te sequestrar não (falei brincalhona)

-Então ela arregalou os olhos e percebi que lágrimas se formaram no rosto dela

-Ei, eu só estava brincando

Desci do carro sem ao menos me importar se ia me molhar ou não, só segui o meu coração e fui em direção a ela, me aproximei lentamente e coloquei minha mão em seu rosto e acariciei e percebi ela se encolhendo com medo.

-Você pode confiar em mim, eu não vou te fazer mal algum, eu só quero te ajudar.

Foi então que ela desabou, começou a chorar descontroladamente e eu só puxei ela para um abraço, eu não sei o que senti, eu só queria arrancar toda essa dor que ela está sentindo. Apertei ela em meus braços e acalmei ela aos poucos e depois de um tempo ela entrou no carro e fomos em rumo a sua casa, não era tão longe da minha empresa então logo chegamos. Quando chegamos em frente era impossível não ouvir um choro alto vindo casa.

-Não sei nem como te agradecer (falou envergonhada) -Você mora aqui perto?

Soltei uma gargalhada e ela me olhou sem entender

-Eu não moro aqui, essa é a primeira vez em que eu venho pra cá e acontece isso. Eu vou tentar voltar para São Paulo hoje, se não der eu me acomodo no sofá da minha empresa.

A doce menina do vilarejo (Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora