Capítulo 14

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Point Of View Marília:

Mais um dia estressante nesta empresa. É impressionante como não conseguem fazer nada sem mim. Tudo o que eu peço para ser feito, é feito de maneira errada. É frustrante. Minha secretária sequer conseguiu elaborar o documento que pedi de forma adequada; tudo chegou fora de contexto. Sinceramente, parece que estão todos demonstrando incompetência.

Já faz semanas que não vou ao vilarejo, e aparentemente tudo está em ordem por lá. Não vou dizer muito, pois parece que tudo que menciono acaba acontecendo.

Para aumentar meu estresse, saiu uma matéria sobre mim que fala da minha arrogância. Não é para tanto, mas não me sinto obrigada a sorrir para ninguém.

Nesse tempo em que não visitei o vilarejo, ainda não encontrei a Maiara nem a Isa, e isso tem me incomodado. Sinto frustração por ter dado meu número a ela e, até agora, não ter recebido uma mensagem. Às vezes, me sinto tola por pensar tanto nisso, enquanto parece que ela não se importa comigo.

- Marília? (Ouço a voz de Naiara)

- Fala (falo sem paciência)

- Acabei de receber uma ligação, teve um problema lá no vilarejo e você tem que ir para lá. Tem documentos pendentes, roupas para você avaliar e estamos precisando fazer a coleção de inverno.

- EU NÃO ACREDITO VOCÊS SÃO UM BANDO DE INCOMPETENTES QUE NÃO FAZEM PORRA NENHUMA DIREITO. (Falo brava)

- LIGA PARA O MOTORISTA, EU QUERO ELE AQUI SETE HORAS DA NOITE EM PONTO E SE NÃO CHEGAR VAI RODAR IGUAL A VOCÊ SE NÃO SUMIR DA MINHA FRENTE AGORA.

- Sim senhora (falou assustada e logo saiu da sala)

É impressionante a quantidade de incompetentes que tenho dentro desta empresa. Eles parecem não conseguir fazer nada direito, e depois sou eu quem recebe críticas. Além disso, tenho a responsabilidade de criar uma coleção completa de inverno. Embora não seja algo extremamente complicado, necessito de inspiração e tranquilidade para desenhar as peças. Preciso criar algo inovador que cause impacto no mercado.

Já se passaram algumas horas, e meu nível de estresse aumentou a cada uma delas. Estou tão irritado que sinto como se estivesse soltando fogo pelos ouvidos. Atualmente, estou a caminho do vilarejo, e a estrada está em péssimas condições. Felizmente, desta vez, consegui reservar um hotel e poderei descansar melhor.

De repente, meu celular vibra, e vejo uma mensagem da Maiara. Meu coração acelera, mesmo que seja apenas uma simples mensagem. Pode parecer hipocrisia dizer que fiquei feliz em receber a mensagem dela e que estou sentindo falta tanto dela quanto da pequena.

Depois de receber as mensagens dela, onde ela mencionou que não estava bem, fiquei preocupada. Comecei a me perguntar o que poderia ter acontecido com ela. Decidi não passar pelo hotel e seguir direto para a casa dela, pois ela pediu para não tocar a campainha para não acordar a Isa. Segundo o que ela me disse, a pequena estava doentinha e estava tendo dificuldades para pegar no sono.

WhatsApp on:

Maiara- Oi Mai, já estou chegando na sua casa. Espero que esteja acordada ;)

WhatsApp off:

Nem esperei pela sua resposta e guardei imediatamente o celular. Meu carro estacionou em frente à sua casa, e logo avisto uma baixinha sentada na calçada, usando um moletom fofo. Quando me aproximo, percebo que seu rosto está completamente molhado e inchado de tanto chorar. Ela se levanta, esconde o rosto em meu pescoço e me abraça, sem dizer uma palavra. Não questiono nada, apenas a aperto em meus braços, mostrando que estou ali para ela e que ela está segura em meus braços. Faço carinho em seus cabelos e dou um beijo em sua cabeça.

A doce menina do vilarejo (Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora