Capítulo 4

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Point Of View Maiara Carla

Dias atuais-

Saio dos meus pensamentos com a minha pequena resmungando, ela estava inquieta no berço. Então saio da minha cama e vou até ela.

-Oi neném da mamãe, você já acordou meu amor.

Pego ela no colo e ela começa a chorar, como já sei que ela está com fome logo coloco ela no meu peito para ela não ficar mais zangada ainda.

-Você tá com fominha tá minha princesa (falo com ela sugando forte o bico do meu peito me causando um pouco de dor)
-Eii vai com calma aí mocinha pra não machucar a mamãe, o seu mama não vai sair daí não (ela me olha como se não tivesse nem ai para mim e segue sugando meu peito com muita fome)

Olhando para ela mamando nem acredito que ela já está com dois meses, parece que foi ontem em que ela nasceu e trouxe a alegria de volta para a minha vida. Hoje eu sei o que a palavra "amor" muitos conhecem como algo sem vida, algo que não existisse, eu sentia isso. Eu pensava que eu não pudesse amar tanto uma pessoa ao ponto de que dar a minha vida por ela, claro que eu amo muito a minha mãe e a minha irmã mas é diferente.
O amor de uma mãe por um filho é surreal, não existe amor maior, não existe alegria maior do que acordar todos os dias e ver essa pequena aqui do meu lado sorrindo.

Depois de quase uma hora no peito ela para de sugar e se entrega ao sono, como essa noite ela não dormiu nada por causa da febre enjoada que ela teve por causa da vacina de dois meses, vou deixar ela descansar e irei aproveitar e procurar um emprego, fiquei sabendo que abriu uma empresa de costura aqui. Será que eu vou conseguir esse emprego? Não custava nada eu deixar um currículo la, não tenho experiência com emprego nenhum já que eu sempre trabalhei em casa mais a esperança é a última que morre. Eu preciso muito desse emprego para sustentar a minha filha, não sei o que vou fazer quando a fralda dela acabar, já estou com vergonha de pedir a minha irmã.

Coloco a minha neném no berço e cubro ela direitinho e me arrumo bem rápido para sair enquanto ela está dormindo.

-Bom dia meu amor (falo entrando na sala e vendo a minha irmã ali)

-Bom dia amor da minha vida, acordou tarde hoje?

-Sua sobrinha não me deixou dormir essa noite metade, deu febre a madrugada toda. Estou exausta (falo abraçando ela forte) -Cadê a mãe?

-Ô meu Deus tadinha da minha princesa, porque você não me chamou metade? -A mãe teve que dar uma saída rápida, disse que não iria demorar.

-Ah irmã você já me ajuda muito, fico com medo de incomodar vocês.

-Maiara Carla eu vou te arrebentar se você não tirar esse pensamento estúpido da sua cabeça. Você nunca me incomoda, eu estou aqui com vocês e sempre estarei. Se você precisar de qualquer coisa eu estarei aqui para ajudar vocês. Entendeu? (Falou me enchendo de beijos)

-Eu te amo muito irmã. Posso pedir uma coisa a você?Eu vi que abriu uma empresa aqui no vilarejo e vocês sabem que o meu sonho é trabalhar com algo que envolva moda né? Então essa empresa pelo o que eu pesquisei é muito famosa em São Paulo, é uma grande chance pra mim irmã, mesmo que seja para trabalhar de faxineira lá, eu posso aprender alguma coisa olhando e eu preciso sustentar a minha filha (falo desanimada) será que você pode olhar ela para mim rapidinho? Eu juro que não demoro, só irei entregar um currículo la e em outros lugares?

-Você sabe que não precisa trabalhar por agora né irmã, a Isabella só tem dois meses, ela precisa de você. Eu estou conseguindo dar conta das despesas.

-Irmã eu preciso te ajudar, é injusto eu deixar tudo para você. Se eu conseguir um emprego eu dou um jeito de alguém ficar com ela, eu tiro o leite e deixo na mamadeira. Eu preciso sustentar a minha filha, a fralda dela já está acabando, as roupinhas quase não estão dando mais nela (falo sentindo as lágrimas descerem no meu rosto)

A doce menina do vilarejo (Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora