A conversa com Dinah, apesar de não ter muito sentido para mim naquele momento, ecoou na minha mente intensificando aquele turbilhão de sentimentos e dúvidas que tomaram conta de mim naquele dia. Há dias eu desejava reencontrar Lauren, por motivos que eu mesma não queria explicitar, ou que negava a enxergar, uma inquietude desenvolvida a partir de eventos e personagens do meu passado que ressurgiam, anunciando que Lauren estava se aproximando de mim mais uma vez.
Saí do Hospital naquele dia mais tranquila pela recuperação de minha amiga, mas com o coração inquieto e o pensamento em Lauren a todo tempo. Agora podia dar atenção ao caminho visto pela janela do táxi, a vista da orla da Praia Vermelha, o bondinho do Pão de Açúcar, tudo me trazia as lembranças de meus momentos com Lauren no nosso início de namoro naquela cidade.
Não estava disposta a enfrentar o interrogatório de Harry, me detive em cumprimentar Renato, e recusei os convites insistentes do casal para cair na noite carioca. A minha noite, mesmo sozinha naquele quarto de hotel, de tranquila não teve nada. Nada prendia minha atenção, nem a TV, nem internet, e muito menos conseguia dormir. Decidi caminhar um pouco pelo calçadão, a noite quente era convidativa.
O Rio de Janeiro, seu clima e as pessoas sempre me fizeram bem. Havia me esquecido do quanto gostava do clima das noites cariocas, assim como me esqueci das torrenciais e inesperadas chuvas de verão. Antes que eu me desse conta, caminhei uma distância considerável do hotel e a chuva me surpreendeu.
Conheci o conteúdo real da expressão "mais difícil do que táxi em dia de chuva", nenhum parou para mim. Já estava ensopada, e não sentia a mínima disposição de caminhar os muitos quarteirões que faltavam até o hotel quando ouvi a buzina de um carro perto de mim:
- Doutora, aceita uma carona ou o banho de chuva é primordial?
Lauren abriu a porta do carro com seu sorriso largo, arqueando a sobrancelha como se jogasse charme.
- Não, obrigada... O hotel é aqui perto... Não vou molhar seu carro.
- Camila deixa de ser boba, que Mané molhar carro! Entra aí antes que você tenha uma crise de asma!
- Não precisa Lauren, e nunca mais tive crise de asma...
Continuei seguindo pela calçada, com as roupas grudadas no corpo, dando uma transparência indesejada. Lauren saiu do carro e me acompanhou, quando se deparou com a situação de minhas roupas no corpo olhou fixamente para meus seios e com um sorriso no canto da boca falou:
- Se você não se preocupa com sua asma, deveria se preocupar em não ser atacada por um tarado no caminho...
Cruzei os braços imediatamente tentando esconder a transparência, franzi a testa indignada e continuei andando com passos mais rápidos.
- Camila posso saber por que essa raiva toda? O que custa aceitar minha carona? Mais cedo minha companhia não parecia tão desagradável assim!
- Quem disse que estou com raiva?
- Ah ninguém, só seu bico!
- Lauren volta pra sua namorada, sua mulher cheirosinha e me deixa em paz!
Lauren colocou as mãos na cintura, abriu a boca como se tentasse dizer algo, mas não falou, apenas sorriu e balançou a cabeça negativamente.
- Você continua sendo a mesma teimosa de sempre, Camz...
Ouvi-la me chamar de Camz me transportou aos momentos em que ela me chamava assim quando nos amávamos, cheguei a sentir meu corpo estremecer, Lauren insistiu:
- Canz... Entra no carro vai... Senão nós duas adoeceremos... Tudo que meu lúpus não precisa é de uma infecção respiratória...
Meio hipnotizada pela beleza de Lauren com os cabelos molhados, diante de mim com as mãos na cintura, apertando os olhos e sua blusa de seda igualmente à minha, grudada ao corpo mostrava sua lingerie sensual assim como ela inteira, não consegui responder, como se não quisesse dar o braço a torcer para entrar no carro.
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Sei que é amor - Ainda sei, é amor.
Fanfic2ª temporada do conto: Sei que é amor, narrando a estória da médica Camila Cabello, reaprendendo a amar, superando suas dores e lembranças para ser feliz mais um vez. ___________ ADAPTAÇÃO CAMREN ____________