Sei que é amor - Ainda sei, é amor.

Capítulo 7: Romance no ar - Parte II

Meu domingo foi marcado pelo compromisso com a família de Natalie, Márcia me ligou logo cedo para me convidar para um almoço de comemoração, estavam todos lá, as irmãs de Natalie com seus maridos e filhos, alguns tios, todos orgulhosos e obviamente saudosos da mais nova ganhadora do prêmio Nobel de medicina.

- Márcia, posso conversar com você em particular? – Perguntei depois do almoço.

- Claro minha querida, venha comigo.

- Márcia existem alguns assuntos práticos que preciso esclarecer com você. Fui convidada a receber o prêmio pela Natalie, mas você sabe que não se trata só da cerimônia, há uma grande soma em dinheiro oferecida para o ganhador do prêmio.

- Sim, eu imaginei. E logicamente, esse prêmio é seu minha querida, não há o que contestar.

- Márcia, não... Não é justo...

- ... mais que justo, Natalie era sua mulher, você foi fundamental para essa pesquisa, esse prêmio é seu também.

- Mas Márcia, não me sinto à vontade com isso... é muito dinheiro... Milhares de dólares.

- Mila, temos tudo que precisamos financeiramente, não ostentamos, nossa família nunca foi muito ligada a dinheiro porque nunca nos faltou nada...

- Mesmo assim, Márcia... Tem seus netos, suas outras filhas...

- Vamos fazer o seguinte, dividimos o dinheiro, você aplica no que quiser, na pesquisa, doa pra caridade, compra propriedades, enfim... Aceite sem discussão, por favor.

- Tudo bem...

- Deixe-me olhar pra você... Tem um brilho novo nesses olhinhos... Aconteceu alguma coisa? Ou alguém?

- Han?

Ruborizei, levantei ajeitando os cabelos tentando disfarçar meu desconforto com as observações de minha sogra, odiando pela primeira vez o fato dela me conhecer tão bem.

- Mila, o que foi? Fugindo do meu olhar? Por que não se senta e me fala sobre a responsável por essa mudança na sua expressão?

- Não há nada para falar Márcia... Você está vendo coisa demais...

- Mila...

- Tudo bem... Conheci uma pessoa, o nome dela é Megan.

- Megan? Bonito nome. O que ela faz? ... médica também?

- Ah... Não, é psicóloga, mas não exerce... Ela tem um bar no centro da cidade, bem legal.

- Hum... Um bar? Diferente do seu mundo, não é? Vai ver é isso que você precisa minha querida.

- Mas Márcia... Ela não substitui a Natalie...

- Ei! Não coloque na coitada essa responsabilidade! Ela vai conquistar o espaço dela, não vai substituir ninguém.

A colocação de Márcia me deixou sem palavras.

- Mila, não queira recriar Natalie em outra mulher que você se interessar, não queira repetir a história de vocês. Construa uma nova história, ame diferente, toda forma de amar vale a pena.

Saí da chácara no final da tarde com esse conselho ecoando no meu pensamento. Entretanto, meu pensamento não se perdia só em reflexões, ele estava também tomado pela imagem do sorriso de Megan, pela vontade de estar perto dela de novo. Pedi ao taxista para mudar o trajeto, em minutos eu estava na porta de Megan.

- Camila?! O que faz aqui? Pensei que você me ligaria...

- Ai meu Deus... Desculpe, deveria ter avisado, não é? Atrapalho alguma coisa?