Sei que é amor - Ainda sei, é amor.

Capítulo 35: Meu anjo

Meu dia que deveria ser perfeito depois da noite que tive com a mulher que eu amava, foi estranho. Travei uma luta para disfarçar meu desconforto diante do carinho evidente entre Virginia e Dinah. Passamos o dia na piscina de casa como dois casais, mas eu e Virginia não nos encarávamos, por várias vezes a flagrei olhando para mim e Lauren, de certa forma isso me intimidava.

Para minha surpresa, Dinah protelou sua volta ao Rio, ela não negou Virginia ser o motivo disso. Voltei à minha rotina do Hospital com a melhora do estado de Lauren, ela continuava com a fonoterapia e manteve-se entretida com os preparativos para nosso casamento.

A substituição dos neurochips estava concluída, os residentes se ocupavam da análise dos resultados e na preparação de ensaios clínicos orientados por mim e como esperava, a produção de Virginia era a mais relevante, e isso nos aproximou já que nos últimos dias mal nos olhávamos.

-- Acho que seus ensaios serão publicados facilmente em revistas de classificação internacional Virginia, parabéns.

-- Obrigada Camila, o mérito é seu também.

-- Como está com a Dinah?

-- A Dinah é uma mulher maravilhosa, me faz muito bem.

-- Vocês estão namorando?

-- Não sei Camila, não sei como funciona isso com mulheres, quantos encontros são necessários para determinar isso? Eu tenho que pedir ela em namoro?

-- Você quer pedi-la em namoro?

-- Camila por que tantas perguntas?

Virginia franziu a testa estranhando minha curiosidade.

-- Somos amigas, sou amiga da Dinah também, natural me interessar pelo namoro de vocês duas, não acha?

-- Ah, por um instante pensei que você estivesse com ciúme.

-- Ciúme? Andou puxando um baseado em horário de trabalho, doutora?

-- Você com ciúmes de mim só poderia ser mesmo uma fantasia, ou alucinação, não é?

-- Não se trata disso Virginia...

-- Olha Mila, não precisa se justificar, tudo bem, a gente só tem ciúme de quem a gente ama e você ama a Lauren, sua noiva. E por falar nisso, quando se casam?

-- Ainda não decidimos a data, temos muitas questões a resolver.

-- Desejo toda felicidade do mundo a vocês. Agora preciso ir, Dinah está me esperando, vamos jantar com o Harry e o Renato. Ainda precisa de mim?

-- Não... Vocês vão jantar? Onde?

A minha pontinha de ciúmes agora tinha um alvo coletivo: meus amigos Harry e Dinah, agora se encontravam sem mim com seus respectivos namorados, doeu não fazer parte disso.

-- Numa casa de massas que o Harry indicou.

-- Ah sei, adoro o spaguetti quatro queijos de lá...

-- Obrigada pela sugestão, agora vou indo, estou atrasada.

Em casa Lauren notou meu desânimo, enquanto ela me contava em detalhes como ela planejava nosso casamento.

-- Meu amor o que você tem? Estou empolgadíssima com os preparativos para nosso casamento e você aí distante, apática.

-- Desculpe, meu amor, não tem nada com nosso casamento, é que hoje me senti excluída da vida dos meus amigos, e me doeu. Sinto falta do Harry.

-- Camz, tenho certeza que ele também sente a sua, por que você não o procura?