Capítulo 25: Aposta II

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Lauren retribuía meu abraço, se declarando para mim em meio a soluços, e eu a prendia contra meu peito acalentando suas lágrimas, acolhendo a esperança de vencermos juntas os obstáculos que se levantavam contra nós, e um deles era eu mesma.

Fosse qual fosse o obstáculo, naquele momento ele não estava ali. Senti que naquela cama, ninguém mais merecia estar do que Lauren. Mais uma vez segurei o rosto dela entre minhas mãos como se agarrasse um artefato raro e precioso, toquei seus lábios com os meus inclinando meu corpo contra o dela me desfazendo da toalha que envolvia seu corpo.

- Camz... Eu sou só sua, me ama...

De alguma forma entendi a declaração sussurrada dela como uma resposta às minhas dúvidas sobre seu comportamento sedutor delatado por Megan e não hesitei em tomar posse de cada pedaço de sua pele com meus beijos, meus toques.

Lauren sorria com o prazer evidente me enlouquecendo de tesão. Rocei meu sexo entre suas pernas seguindo o ritmo de seus quadris, excitada com a umidade evidente.

Amei Lauren com meu corpo liberto, pelo simples fato de preferir acreditar nela a nos meus receios, se era um rompante de paixão não sei, o fato foi que muito mais que minha carne se entregou à Lauren, mas também meus sentimentos se derramaram, minha alma se desarmou, me dei inteira, recebendo aquela mulher que mais uma vez surgia em minha vida para me tirar do chão e me mostrar o amor.

Acompanhei Lauren nos exames com preocupação, mas, para nosso alívio seu estado era bastante satisfatório, não teria problemas em enfrentar um processo cirúrgico pouco invasivo para a troca do neurochip. Nos dias que Lauren ficou em Campinas trabalhei o mínimo possível, para dedicar mais tempo a ela.

No último dia dos exames, Lauren demonstrou seu lado ciumento observando a acessibilidade de Virginia comigo. A residente não fez nada além do habitual: me colocar a par das atividades do grupo, tirar dúvidas, solicitar meu parecer em alguns resultados, mas com toda intimidade que nossa amizade já permitia, apesar de não fugir do profissionalismo.

- Mila, você pode vir comigo até o setor de imagens? – Virginia interrompeu minha conversa com Lauren no consultório.

- Claro, Virgínia.

Levantei e segui Virginia, notei a presença de Lauren logo atrás de mim.

- Eu volto logo, minha querida.

- Vou com você.

- Você vai comigo?

- Sim, algum problema?

- Não meu bem... Mas, por quê?

Lauren olhava para Virginia com uma expressão nem um pouco simpática, esta, inocentemente sorria para ela com seu carisma peculiar.

- Por que não quero ficar sozinha no seu consultório...

- Sei...

Prendi o riso quando percebi do que se tratava, Lauren não permitia que Virginia se aproximasse 10 centímetros para me mostrar algum achado nas imagens da ressonância, e logo estava se colocando no nosso meio fingindo interesse no que a residente expunha.

- Lo, você está entendendo? ... aqui nesse espaço da sub aracnóide que vamos inserir o cateter...

- Claro meu amor, esqueceu que sou médica?

Virginia ignorando completamente o acesso de ciúmes de minha namorada, aproximava seus cachos do meu rosto quando circulava com o dedo indicador nas áreas edemaciadas do cérebro da paciente. Podia imaginar Lauren bufando de raiva com os gestos da residente:

- Com licença... Camz, estou faminta... Vamos almoçar?

- Gostaria que você conversasse com a paciente Mila, ela está ansiosa e insegura porque não será a doutora Natalie a opera-la... – Virginia interviu.

Sei que é amor - Ainda sei, é amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora