Hugo Carvalho Duarte.
Lindo, muito alto, de ombros largos e cabelo feito em pequenas tranças. A pele escura como bronze, uma barba rala, mas bem feita, o que realça sua mandíbula marcada. Tem lábios grandes, com um coração bem desenhado em seu superior.
Tem vinte e sete anos, começou a trabalhar no Café Prosa como garçom, às vezes ainda atua como um por gosto embora seja o gerente da cafeteria.
Mora sozinho em um apartamento, mas tem um cachorro chamado Vhagar e uma irmã mais nova que mora no mesmo prédio.
Não tem Facebook, mas tem uma conta no instagram, sem seguidores e nem seguindo ninguém, também sem a foto do perfil. Um total Low profile.
E foi tudo isso que eu descobri em um mês sobre Hugo Carvalho enquanto frequentava sua cafeteria. Eu, Rafaela, quem está obcecada por esse caro homem perfeito, que agora se encontra roendo a unha do dedão enquanto reviro a conta de instagram dele tentando encontrar alguma coisa.
— Haha! Eu não acredito nisso. Um mês pra descobrir o nome dele inteiro pra tentar achar ele no insta, e ele não tem um! — Exclamou Emily, uma loira de olhos verdes que estava jantando comigo. Minha melhor amiga.
— Cala a boca.
— Você devia pedir o número dele, Rafa — disse minha tia, enquanto colocava uma tigela de salada no meio da mesa.
— Eu digo isso pra ela todos os dias! Mas não, no lugar disso ela prefere gastar dinheiro em café e chás todos os dias só pra trocar umas palavras com ele, como se isso fosse sinal suficiente de que ela quer pegar ele.
Bufei, largando meu celular sobre a mesa e pegando um garfo para atacar a salada de tomate e cebola.
Meu nome é Rafaela Fonseca da Silva. Tenho vinte e dois anos, sou estudante de medicina veterinária e trabalho como estagiária em uma clínica próxima ao parque Farroupilha, o que me dá a oportunidade de sempre que eu ir ao trabalho ou estar saindo dele, poder dar uma passadinha no café para ver Hugo.
Essa é a verdade: Eu sou uma azarada. Adoro bancar a cupido para juntar amigos, mas não sei medir meus próprios relacionamentos. É como se eu fosse um imã para homens trastes, já que todo que se aproxima de mim tem a intenção óbvia de só me comer, com os olhos fixos nos meus seios. Acham que eu não noto por ser uma ruiva burra que sorri demais para esse tipo de cara. Mas não é como se eu fosse recíproca, nem dou a entender para eles que tenho esse tipo de intenção, só sou educada e tenho dificuldade em dizer não. Quero que as pessoas gostem de mim.
E meus relacionamentos com as mulheres também não são dos melhores, já que toda garota da minha idade só tem três coisas na cabeça: Academia, trabalho e estudos, o que não dá espaço para relacionamentos ou garotas carentes como eu. Acaba por sempre eu me iludindo ou recebendo mensagens de "Não estou pronta pra esse tipo de coisa agora". Ok, numa boa, mas a pessoa poderia ter responsabilidade afetiva para me avisar disso desde o inicio no lugar de deixar eu me afundar em sentimentos românticos.
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Doce Como Café Preto
RomanceFadada a conhecer caras sem vergonhas e garotas ilusionais, Rafaela estava para desistir de conhecer alguém legal quando um raio a acertou: Hugo. Um garçom simpático de uma das cafeterias mais famosas de Porto Alegre. Oferecendo um simples café em u...