Capítulo 7

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Respirei fundo, antes de levantar a barra de pesos, trabalhando os bíceps numa execução de rosca

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Respirei fundo, antes de levantar a barra de pesos, trabalhando os bíceps numa execução de rosca. Após executar a quarta série de doze, larguei a barra, sentindo meus músculos tensionados, o peito subindo e descendo em uma respiração ofegante. Suor escorria por minha testa, na qual limpei com o dorso da mão.

— Ai! Eu odeio academia! — Disse Bianca, largando os halteres de 3 kg no chão. Apoiou as mãos nos joelhos. — Recém o terceiro exercício e já estou morrendo! Quero ir pra casa, Hugo!

Suspirei, pegando minha garrafa de água de dois litros.

— Você disse que queria tentar começar musculação. Já pagou três meses, não vai desistir agora — afirmei antes de beber um gole de minha água.

Ela sentou-se, também pegando sua garrafinha.

— Por que eu inventei de pagar três meses, hein? Que desperdício.

— Não vai ser desperdício se você vir todos os dias como prometeu.

Revirou os olhos, bebendo sua água. 

Bianca, morena linda de pele preta e sorriso alegre, é amiga minha e de minha irmã faz sete anos. Nos conhecemos na minha cafeteria, onde ela começou como jovem aprendiz quando eu trabalhava como barista. Atualmente, recém formou-se em psicologia e agora está trabalhando no Caps. Também é casada faz uns dois anos.  

Admito que estou impressionado com o rumo que nossa amizade chegou, ao ponto de eu conseguir arrastá-la para academia.

— Fica mais fácil, sabe? Só tem que fazer todos os dias, essa é parte difícil, mas vai ficando mais fácil — afirmei, oferecendo minha mão para ela.

Aceitou o puxão, ficando em pé em minha frente.

— Quanto tempo você levou pra ficar nessa constância?

— Bom, faço academia faz dez anos, mas levou uns dois anos até eu realmente me focar 100% nisso. Vai de cada um — dei de ombros. — Vamos para o próximo exercício — passei ao seu lado, caminhando em passos firmes em direção à estação de polias para realizar o pulley.

— Aff! Eu tô te achando muito sério hoje! — Bianca se pôs em minha frente, interrompendo meus passos. — O que que foi, hein?

— Não é nada.

— Te conheço, Hugo! Tu tá treinando como um animal. Tá sem transar a quanto tempo?

— Eu não fico irritadinho por não transar, guria. Sai da minha frente — a contornei, ainda andando.

— Tu ficou com a Rafaela né.

Quase engasguei. Me virei para ela com os olhos arregalados.

— Como tu sabe?

Doce Como Café PretoOnde histórias criam vida. Descubra agora