Capítulo 11

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O inverno só começava teoricamente mês que vem, mas a brisa noturna já me forçava a fechar o casaco e rodear o corpo com os braços

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O inverno só começava teoricamente mês que vem, mas a brisa noturna já me forçava a fechar o casaco e rodear o corpo com os braços. Mesmo as quatro paredes de minha universidade não foram o suficiente para escapar do frio.

As luzes dos corredores falhavam um pouco, deixando mais deprimente com aquele piso cinza chumbo.

O som metálico da máquina automática quase me fez revirar os olhos enquanto encarava as espirais girando. Quando meu energético finalmente caiu na bandeja de coleta, agachei-me para pegar.

— Eu não acredito que você está gastando uma fortuna nessa máquina capitalista — disse Nicolas atrás de mim, fazendo-me dar um salto.

Virei-me de olhos arregalados e uma mão no peito.

— Que cagaço!

— Por que você não comprou no mercado ali do lado? É cinco reais mais barato.

— Só agora me veio a ideia, não estava afim de caminhar até lá. — Afirmei antes de abrir minha latinha de Monster de manga. — Como foi o find?

Ele deu de ombros.

— Tranquilo. Fiz uma trilha com meu cachorro.

— Legal.

Nicolas era meu colega na faculdade desde o primeiro semestre. Um sujeito simpático, loiro e alto. Nunca deu em cima de mim, mas normalmente me puxa para conversar. Nessa terra minada, ele é o único rosto amigável. Às vezes fico na dúvida se ele não é gay.

— E tu? Como foi o final de semana? — Ele questionou.

— De boa, saí apenas na sexta. Um jantar de amigos.

— Massa.

Andamos um ao lado do outro até o laboratório. O silêncio só fora interrompido quando ele pediu um gole do meu energético.

Ao adentrarmos o labolátorio, prontamente um resmungo fora solta.

— Puta merda, que cheiro enjoativo — reclamou André, torcendo o nariz. — Fala sério, quem é que está usando esse perfume de prostituta?

Respirei fundo, apertando com mais força a alça de minha bolsa.

André era mais um dos meus colegas que adoravam ter meu nome na boca. Por algum motivo ganhei a fama de "Puta" na faculdade.

No fundo eu gostava de pensar que esse gay insuportável só gostava de falar de mim por inveja, mas em outros momento me ressentia com seus comentários.

Tentando ignorar sua fala, apenas fui até uma das mesas e tirei meu material da bolsa.

— Meu Deus Rafa, é você? — Questionou ele. — Amiga do céu, dá pra sentir o cheiro daqui. Isso é o que? Egeo? Com certeza é boticário.

Doce Como Café PretoOnde histórias criam vida. Descubra agora