5

11.9K 1.3K 299
                                    

Cheguei na sexta, pois tinha pegado um dia de atestado médico. Na minha bolsa de trabalho daquela manhã continha uma carta de demissão que eu entregaria ao meu chefe e então estaria livre para passar fome enquanto me humilhava para conseguir um novo emprego.

Assim que pisei os pés na empresa, dei bom dia a todos como se fosse pela última vez e entrei rapidamente na sala de meu chefe que estava sentado na cadeira no centro enquanto escrevia algo.

-Bom dia, Sr. Evans.

-Bom dia -a cara de cu dele de sempre havia mudado, parecia ter suavizado.

-Aqui está -estendi a carta de demissão para ele, colocando-a em cima da mesa.

-O que é isso?

-Minha carta de demissão, senhor.

-E por que eu lhe demitiria?

-Por que eu omiti informações sobre mim? -Disse sarcasticamente.

-Não vou lhe demitir.

-Como não?! -Falei descrente.

-Não vou demitir um bom secretário que faz o seu trabalho de forma satisfatória por ele ser ômega. Além disso, quero que cuide bem da sua saúde de agora em diante, então não precisa se entupir de remédios para vir para cá.

"An? Os surtos que ele tinha tido anteontem foram parar aonde?"

-Você tem razão, Kate. Eu não agi de forma justa com você, por isso não irei lhe demitir e até estava anotando todas as alterações que preciso fazer para que possamos lhe dar todos os seus direitos.

Eu morri? É isso? A porra do meu chefe estava agindo de forma gentil comigo? É por que ele descobriu que eu sou ômega depois de tudo ou que provavelmente ele supôs que eu estaria no início de um câncer de colo de útero? Depois de pensar nisso apertei a minha bolsa, lembrando que ali continha spray de pimenta para caso ele me assediar.







***







As semanas seguintes se passaram tranquilamente, os gritos e surtos do chefe ainda continuavam, mas eram menos intensos. Ele também não me pediu mais para encontrar pessoas para dormir e ficava no meu pé para saber se eu estava tomando corretamente meus remédios. Três meses se passaram assim antes de meu cio chegar, seria o primeiro em muitos anos que eu passaria sem remédio nenhum.

Foi em uma manhã, acordei normalmente, me arrumei e fui para a empresa como todos os dias, cumprimentei a todos e segui para a sala de Louis. Eu estava passando todas as informações do dia e da semana quando ele notou algo.

-Você está sentindo?

-O quê?

-Cheiro de lírios.

-Lírios?

-Sim, está fraco, mas é bem doce, é seu perfume?

Puta merda, fui rapidamente até a minha bolsa que se encontrava no sofá da sua sala e peguei o desodorante inibidor, passei uma grande quantidade em mim.

-Tenho que ir embora.

-E por que você iria?

-Meu cio, senhor, ele começou.

Antes dele pensar ou falar algo a mais, saí da sua sala, seria um cio difícil, eu sabia. 

Quando cheguei em casa já estava praticamente inconsciente de tanto calor que sentia, minha cabeça girava e meu corpo esquentava, vendo que não estava bem meu gato começou a miar.

My Boss is the DevilOnde histórias criam vida. Descubra agora