Depois do ponto final

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DO KYUNGSOO

Mais uma vez Baek inventa de cozinhar coisas que ele não sabe.

— Eu acabei de olhar no YouTube, como deu errado?

— Você não sabe fazer meu filho.

— Tenho que aprender a cozinhar alguma coisa Soo, não posso passar vergonha com Chanyeol. — pela terceira vez ele erra o preparo do prato. — Se esse tteokbokki não sair hoje, não me chamo Baekhyun.

Abro a geladeira caçando algo para comer, com a invenção do acastanhado nossa janta está atrasada e minha barriga ronca.

A campainha toca nos roubando a atenção.

— Você chamou alguém? — com cenho franzido encaro meu amigo também confuso.

— Não. — caminho até a porta e ao abrir meu sangue deixa de ser bombeado, minhas mãos esfriam e acho que vou desmaiar. — Deus.

O nariz de Jongin escorre muito sangue, seu olho direito está prestes a arroxear e os braços... o que aconteceu?

— Ajuda Soo. — a voz doce de Jimin me desperta dos devaneios, sinto uma lágrima teimosa escorrer do meu olho. Tiro o pequeno do colo do pai, ele está sujo de sangue e ainda chora um pouquinho.

— Preciso que fique atrás de mim, bom? — no chão ele afirma, puxo Jongin para dentro e seu corpo está um pouco mole, talvez pelo sangue ou até mesmo a pancada que deve ter recebido. — Fala comigo Jongin, o que está sentindo?

— Fraqueza... e dor. — caminho com ele até meu quarto com Jimin e Baekhyun ao meu encalço.

— Bonitão! O que rolou com você?

— Baek cala boca. — o kit de primeiros socorros básicos do meu banheiro não seria o bastante para tirar o sangue seco acumulado no moreno.

— Jimin? Você é lindo sabia? Mais do que ouvi por ai.

— Obrigado. — Jimin sobe na cama e seus olhos estão fixos no pai. — Foi a mamãe Soo, ela ficou muito brava.

— Ela... bateu com o que?

— O Lego, e uma garrafa.

— Vou cuidar dele, você espera? — ele afirma no colchão. — Baek vai ficar aqui com você.

O outro entende meu toque e senta ao lado de Jimin.

Ajudo Jongin a chegar no banheiro fechando a porta.

— Podemos limpar isso?

— Sim, por favor.

Abro suas calças o apoiando na parede para retirar a peça, me controlo para não olhar o que não devo e sinto suas orbes nas minhas analisando cada movimento. Puxo sua camisa pela cabeça sem olhar para baixo, foco Kyungsoo.

Ligo o chuveiro deixando um banco debaixo para o mais alto sentar, minha camisa deixo de lado para não sair ensopado.

A visão de Jongin machucado embaixo daquele chuveiro mexeu comigo. Ninguém merece passar por barras como essa por anos a fio. O relacionamento abusivo que viveu deixou marcas físicas e psicológicas, as físicas alguns remédios e bandagens resolvem, mas a recuperação do trauma crônico pode nunca acontecer.

Com sabonete em mãos começo pelo rosto gracioso retirando todo resíduo de sangue, em partes um pouco seco exigindo dos meus dedos uma leve pressão, seu nariz escorre o mínimo de sangue que logo cessará. Deixo a água quente banhar sua pele enquanto limpo seus braços, um deles há apenas um pequeno corte e o outro onde a garrafa foi quebrada tem cortes fundos que precisam de sutura.

Procura-se babá | kaisooOnde histórias criam vida. Descubra agora