Ajudando um amigo

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Ele não afirma nem rejeita apenas cobre o rosto com as duas mãos, uma dor no peito me toma, já sabia que os dois enfrentavam momentos difíceis mas a coisa chegou nessa proporção?

Dou passos lentos esperando algum tipo de reação dele, coisa que não vem então continuo caminhando até estar a sua frente. Abaixo a sua altura e o moreno tira as mãos dos olhos, seu rosto tem tons avermelhados está molhado pelo choro, suas mãos sangram bastante, deve ter desferido muitos golpes no espelho.

— Não... — ele fala baixo e entrecortado — eu não sou o bastante Kyungsoo.

— Por que diz isso?

— Um péssimo marido, uma merda de pai... — sua mão volta a passar pelo rosto.

— Hey, não fale assim ok? Já te vi com Jimin e é um pai incrível Jongin, ele te ama e quer tanto você perto. — Não sei o que fazer em uma situação como essa, coloco uma mão no seu joelho tentando passar algum resquício de segurança.

— Não entendo como ela consegue ser assim com ele, porra é uma criança sabe? E não adianta nada eu tentar falar alguma coisa, Krystal se sente a voz da razão.

— Brigaram?

Ele respira fundo secando o rosto como pode. — Hoje foi o dia da família no trabalho dela, e quando cheguei lá Jimin não estava. Não faz sentido ela não levá-lo, ele é um garoto maravilhoso que não dá trabalho algum. Mesmo se fosse uma criança difícil é filho.  — Seu rosto demonstra indignação. — Óbvio que briguei com ela, e quando contrario Krystal da tudo errado. Sei que não é psicólogo...

— Pode falar, quero entender. — Seus olhos estão focados nos meus, sento ao seu lado puxando uma das suas mãos, não tenho kit de primeiros socorros perto mas o sangue corre livre então rasgo o lençol para estancar enrolando nos nós de seus dedos.

— Em uma fase de sua gravidez eu tive dois empregos para poder bancar a casa, queria vê-los felizes, fazer a minha mulher feliz. O que não deu certo, e as vezes ela volta a jogar na minha cara que não servi para nada, e até hoje não sirvo. — Suas orbes encaram a mão enfaixada enquanto puxo a outra. — Escutei novamente que minhas cafeterias não são nada, que sem o emprego dela não teríamos essa casa ou qualquer merda que tem aqui dentro... ai — reclama de dor quando pressiono a segunda mão.

— E nada disso é verdade Jongin, deu para perceber o quanto Krystal gosta de rebaixar as pessoas para se sentir bem. — Pensei duas vezes se contaria o que vi hoje cedo, seus olhos estão focados em mim e decido ser sincero. — Quando cheguei... a vi no quarto com Jimin, ela reclamava novamente pelo xixi na cama dele, mas não como das últimas vezes. Ela literalmente colocou o garoto entre a cruz e a espada, dizendo que não era um bom filho, o ameaçou de muitas formas. Até disse que me tiraria daqui. — Seu cenho está franzido, ele pressiona os olhos fechados.

— As vezes... não sei se vale a pena, entende? — Seu corpo vira para que fique de frente para mim. — Tenho medo de me separar, é óbvio que a deixariam com a guarda dele. E essa é a única coisa que me prende a Krystal. — Uma lágrima solitária percorre a maçã de seu rosto. — Não quero e não ficarei longe do meu filho.

Minha mente começa a entender como funciona a de Jongin, ele não largou a esposa controladora pelo Jimin, óbvio que ninguém suportaria todos os dias o perrengue que ele suporta sem razão alguma. Quando a questão é guarda de um bebê como Ji a escolha será a mãe.

— Não tenho como te tranquilizar, imagino o que passa já que com o mínimo de convivência com sua esposa percebi o quão narcisista ela é. Como mãe não sei nem se merece o título. — Respiro fundo e vejo seus olhos caírem, essa situação deve ser tão dolorida para ele! Quatro anos com uma pessoa que não queria estar.

Procura-se babá | kaisooOnde histórias criam vida. Descubra agora