Capítulo 2 - O centro de atividades

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SAM

Sam chega no escritório um pouco mais cedo. Quer adiantar ao máximo para conseguir ir até ao Centro de atividades. Ficava a uns 40 min do centro da cidade, mas a doutora Sunan recomendou tanto que acabou ficando curiosa.

- Que isso Sam, caiu da cama? - diz Jim rindo.

- Não amiga, a terapeuta me recomendou fazer algum tipo de atividade diferente. Me deu o endereço de um lugar e quero ir hoje, antes que eu entre naquele processo de repensar e voltar atrás, você sabe como sou.

- Ah, mas não vai voltar atrás mesmo! Nem que eu tenha que te enfiar num táxi à força. Vai mesmo Sam. Que tipo de atividade será que tem lá?

- A doutora falou que são atividades artísticas, de vários tipos. Bom pra limpar a mente e seria um lugar que não tem ligação nenhuma com minha mãe, entende?

- Perfeito! Eu acho que vai te fazer muito bem. Então vamos adiantar as coisas aqui e você vai logo depois do almoço.

MON

Mon havia ficado até por volta de 2h da manhã com uma tradução, acordou um pouco cansada, mas nunca desanimada. O voluntariado no Centro de Atividades era algo que fazia com o coração cheio de amor. As pessoas sempre agradeciam por sua paciência, por sua empatia, mas ela sempre explicava:"Gente, sou eu que recebo o melhor aqui, não tem que me agradecer por nada".

Chegando no Centro, Apsara a chama num canto:

- Mon, as meninas que te falei ontem chegaram. Estão tão tímidas que não conseguiram falar uma palavra sequer, no máximo balançar a cabeça para sim e pra não.

- Entendi. Bem, então vamos começar os trabalhos. Vou precisar de uma das salas fechadas, se puder uma que seja maior. Ônix vai me ajudar a quebrar o gelo, mas ele precisa sair do modo "trabalho" para poder interagir. Enquanto ele estiver de colete, ele está na função de cão guia sabe que não deve se afastar de mim e fica muito concentrado, mas se eu tirar o colete e liberar ele, age igual a todos os cães.

- Ah, entendi. Tem uma sala que acho ser ideal para isso. Como pretende fazer?

- Me leve até as meninas e nos coloque na sala com elas à minha frente. Vou me apresentar e deixe o resto comigo - diz Mon com um sorriso.

SAM

- Jim, imprime pra mim esses últimos relatórios e gráficos das lanchonetes, todas elas. Preciso ver o que está acontecendo porque o lucro caiu principalmente nessa aqui. Não entendo o motivo, mas enfim, vou analisar.

- Pode deixar, vou imprimir e também mando pro seu email.

- Perfeito. Eu vou comer alguma coisa rápida e vou lá conhecer o Centro de atividades, depois eu volto pra cá. Se por acaso minha mãe perguntar, diga que eu não falei onde ia, senão ela vai te infernizar.

- Deus me livre - diz Jim se benzendo.

Sam colocou o endereço no GPS e acelerou o carro. Saindo do centro da cidade, tudo ficava melhor. A paisagem era mais bonita, sem muitos carros. O Centro ficava num bairro residencial. Várias casas simples com jardim, prédios pequenos charmosos, muitas árvores, viu pelo menos dois parques arborizados e bem em frente a um deles, estava o Centro. Estacionou e foi em direção ao local. A primeira impressão foi de um lugar com bondade. Não sabia explicar mas foi isso que sentiu.

O Centro tinha um amplo espaço externo, gramado pela metade e cimentado no outro. Viu também que tinha um espaço coberto e quatro portas que provavelmente eram salas para algumas atividades. Tinha várias mesas compridas com bancos de igual tamanho, algumas outras mesas menores com espaço para duas pessoas, mas muitas das pessoas ficavam sentadas no chão mesmo.

O amor dos meus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora