Capítulo 22 - Lembranças

1K 144 6
                                    

Senhora Chaisee entra na cozinha. Todos olham assustados com o que ouviram da "conversa" e diz:

- Sam, me desculpe mas não pude me conter. Essa mulher não tem coração, não tem sentimentos, alguém precisava dar uma lição nela e quando eu ouvi ela falando da minha filha...

- Não precisa se desculpar senhora Chaisee, eu achei que foi ótimo e merecido.

- Mãe! Precisava chegar a esse ponto?

- Sim filha, precisava porque acho que é a única linguagem que ela entende.

- Mas mãe, meu Deus...

- Senhora Chaisee arrasou! - diz Tee.

- Sim, tava doida pra espiar só pra guardar esse momento na memória! rs - fala Jim.

- Gente, eu não quero ficar nessa casa. Não quero nem olhar para a cara dela. Vou pra um hotel. Prija, pega algumas roupas pra mim, por favor?

- Sam, não precisa de hotel, vai lá pra casa. É até melhor porque só tem o lance de escada do prédio. A gente cuida de você lá. - diz Mon.

- Acho ótima ideia! Melhor mesmo ficar longe dessa mulher - diz senhora Chaisee.

- Prija, você quer ir pra um hotel? - pergunta Sam.

- Ah, não meu bem. Eu fico aqui. Me dá o endereço que amanhã eu vou lá ajudar. Posso?

- Claro que pode, oi, sou a Mon.

- Oi meu bem, nem deu tempo de me apresentar né? Você é o motivo do sorriso da minha menina estar de volta!

- E ela do meu - diz Mon sorrindo.

- Então vamos gente, não quero ficar aqui nem mais um minuto - diz Sam.

Sam chamou outro carro pelo aplicativo e Tee e Jim foram seguindo o carro. Chegando no prédio de Mon com a ajuda do motorista, conseguiram subir a cadeira de rodas com Sam e Tee  e Jim se despediram.

- Meninas, vou tomar um banho e ver algo pra gente comer - diz senhora Chaisee.

Sam entrou e ficou parada na cadeira por alguns minutos, muitas lembranças, boas e ruins. Mon percebeu, se abaixou perto da cadeira de rodas e disse a Sam:

- Eu sei baby, também senti o mesmo quando voltei.

- Foi ali que você quebrou a caneca e foi ali no corredor, no dia que voltamos da rua, que nem deu tempo de chegar no quarto...rs e ali, vi você abaixada, destruída, rasgando o cachorro de pelúcia - disse Sam.

- Eu sei...

- Mon, você pode me deixar sozinha por alguns minutos?

- Ah, claro. Vou ajeitar o quarto pra você deitar logo - Mon se afasta sentindo a tristeza de Sam. Sabia que isso poderia acontecer, as lembranças ruins...

Sam mesmo tentando de tudo para apagar as coisas ruins que iam surgindo na sua cabeça, não conseguia. Foi muita dor, tanto para ela quanto para Mon e lembrar de Mon, chorando no chão...

- Meu Deus, por que isso tinha que acontecer? Por que? Eu a amo demais, não posso negar isso. Sei que ela me ama do mesmo jeito, mas será isso suficiente para apagar esses fantasmas?

Sam olhava cada detalhe do apartamento, lembra do primeiro beijo na cadeira, quando sentiu o corpo de Mon queimar pela primeira vez, o primeiro sexo, intenso, forte! Os dias que passavam juntas, o sorvete, Mon cada dia mais reconhecendo o corpo de Sam pelo tato e como rapidamente aprendeu a levar Sam à loucura.

Mas ainda lembrava da dor, a dor insuportável que sentiu e que fez Mon sentir mesmo sem querer. Sam travava uma batalha silenciosa, precisava de tempo.

O amor dos meus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora