Capítulo 3 - Argila

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Capítulo 3 - Argila

Sam chegou na empresa animada com tudo que viu, animada e ansiosa, era finalmente uma coisa nova que faria por sua própria vontade.

- Oi Jim, novidades?

- Oi Sam, tudo bem por aqui, exceto que sua mãe já perguntou por você umas dez vezes. Disse que você não atendia o celular.

- Não atendi mesmo porque mesmo por telefone ela consegue me tirar do sério e eu precisava passar por essa experiência sozinha, sem influência dela.

- Ah, me conta, como foi? Você gostou?

- Nossa Jim, eu amei! Você não tem ideia do que aquelas pessoas fazem para ajudar os outros e vi uma moça com um cão guia ajudando duas meninas cegas.

Sam contou tudo que viu e sentiu no Centro de atividades e que de alguma forma sabia que lá era um lugar para tratar sua mente e espírito.

- Ah, amiga fico tão feliz por você! Quero conhecer também. Mas Sam, já pensou como vai contar pra sua mãe? Afinal você vai se ausentar duas vezes por semana num período da tarde. Não que traga problemas para o funcionamento da empresa, mas você a conhece mais do que ninguém.

- Pois é Jim, isso vai ser um problema e já prevejo uma grande discussão, como sempre. Mas eu vou falar com ela hoje mesmo antes que eu perca a coragem.

MON

Era dia de consulta do Ônix e Mon estava no táxi a caminho do consultório. O veterinário doutor Kirk era um profissional que além de atencioso, cuidadoso, tinha verdadeira paixão por animais, fossem cães, gatos, ratos, galinhas, não importava. Amava todos eles e falava com aquela "voz de neném" com todos seus pacientes, sem se incomodar com a implicância de seus colegas. Doutor Kirk se tornou um amigo querido de Mon, desde que ela adquiriu Ônix.

- Mon! Pensei que não viesse mais. Tá atrasada um minuto e meio - diz Kirk sorrindo.

- Seu bobo. Foi o trânsito. Seu paciente aqui só falta ter um colapso quando percebe que estamos vindo te ver, sorte que é bem treinado senão eu já seria uma "Mon estabacada no chão"  - ri Mon.

- Ônix meu amigo! Vem cá seu coisinho mais gostoso do mundo! - diz Kirk sentando no chão e dando uns amassos em Ônix que agora sem o colete estava todo rebolativo e serelepe.

- E como vai a vida Mon, muitas traduções? - diz Kirk iniciando o exame de rotina em Ônix.

- Ah, não posso me queixar, bastante trabalho e mesmo com o Centro de atividades consigo fazer meus horários sem problemas.

- Aquele Centro é uma benção. Se não fosse por ele, muita gente não teria o suporte que precisa - diz Kirk medindo a temperatura de Ônix.

- Apsara é um anjo na terra Kirk. Ela muitas vezes tira do próprio bolso para manter o centro. Nós os voluntários também às vezes fazemos vaquinha pra ajudar - diz Mon.

- É dose Mon. E se a gente pensar em alguma coisa para arrecadar fundos? Sei lá, um evento... Posso dar consultas a preço popular e doar o dinheiro pro Centro e podemos ver outros profissionais de várias áreas para fazer o mesmo, o que acha?

- Hum, você sabe que é uma excelente ideia Kirk? Gostei! Agora onde conseguir profissionais que doem assim como você vai fazer?

- Ah, aí é que são elas. Nesse mundo capitalista, onde todo mundo quer devorar todo mundo, mas a gente pode tentar né?

- Com certeza! Vamos fazer uma coisa, não vou falar nada com a Apsara pra ela não ter esperanças, mas a gente vai procurando alguns profissionais que topem enquanto isso.

O amor dos meus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora