Capítulo 16 - A distância

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Sam e Mon já estão a quase um mês sem contato nenhum. Há sofrimento, dor, mas será que pode haver coisas novas?

PS: Um detalhe que preciso compartilhar. Hoje fui chamar a minha cadela e acabei chamando ela de "Sam", sendo que o nome dela é Amy. Ainda bem que estou solteira senão essa autora aqui teria sérios problemas para explicar que Sam é só uma personagem rsrsrsrsrs 😂😂😂

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MON

A Inglaterra era a terra natal de Mon, mas agora parecia um lugar estranho, não era mais seu lar. Sentia falta de Kade, do Centro de atividades, seus alunos, seu apartamento e dela... Sam.

Mon foi acolhida por sua mãe com carinho, reencontrou alguns amigos antigos e Ônix se adaptou facilmente. Apesar de todo acolhimento, do carinho e cuidado da mãe, Mon se sentia vazia.

Não tinha mais a caneca, o cachorro de pelúcia, mas não conseguiu se desfazer da sua Sam feita de argila, perfeita, linda. Era a única coisa que guardou e antes de dormir, era nessa Sam que fazia carinho e deixava as lágrimas caírem, noite após noite.

Mesmo sabendo que foi feita de boba, que foi tudo mentira, Mon não conseguia deixar de lembrar dos momentos intensos, do fogo, do amor... Sentia tanta saudade! Mas rapidamente tirava as lembranças da cabeça com tudo que descobriu sobre Sam. "Nunca mais..."

- Filha, vem almoçar! - chamou Chaisse sua mãe.

- Tô indo mãe. Vamos Ônix.

- Vem filha, senta aqui. Fiz um rocambole de carne, você adora!

- Ah, obrigada mãe, deve estar delicioso.

- Fiz também uma saladinha de legumes com o molho que me ensinou a fazer. Alecrim, pimenta, manjericão... tudo dentro do azeite tem duas semanas!

- Ah, aprendeu né? Voce é a melhor mãe do mundo - diz Mon tentando sorrir.

- Ah, você diz isso pra todas! - brinca senhora Chaisse.

Mon deu três garfadas, mas fome mesmo não tinha. Desde que chegou de volta a Inglaterra, Mon estava perdendo peso e o mais visível era que não tinha o habitual brilho e vivacidade.

- Filha, tem que se alimentar! Não pode ficar assim, você está magra, nem parece a mesma mulher linda, ativa, independente!

- Ah mãe, estou tentando, mas é tão difícil... - disse Mon largando o talher e apoiando a cabeça nas mãos.

- Mon, presta atenção. Eu entendi tudo que você me contou, eu sei que você a ama. Eu pensei que ela também te amasse, pelo que você me contava nos telefonemas, mas você não pode viver no passado filha!

"Passado" significa que "Passou, não tem volta".

"Presente" é o agora. "Presente" é você segurando o choro nesse momento de cabeça baixa.

"Futuro" é o que você vai fazer no segundo seguinte. Qual futuro você quer pra você filha? Continuar de cabeça baixa ou levantar a cabeça e seguir em frente?

Mon absorveu cada palavra de sua mãe e levantou a cabeça.

- Vou seguir em frente mãe, vou tentar. Preciso tentar, mas eu não sei como...

- Você vai descobrir se conseguir se permitir a fazer coisas diferentes, sair um pouco. A Jane já te chamou pra dar uma volta várias vezes, mas você se tranca no quarto e fica se alimentando do passado.

Mon, não estou dizendo que vai ser fácil porque não vai mesmo. Você ainda vai chorar por ela, vai sentir essa dor no peito, mas é você que decide se quem vai comandar o seu futuro: Você, agora ou seu passado?

O amor dos meus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora