As emoções são inimigas

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O ar sumiu de seus pulmões e uma dor aguda atingiu seu estômago enquanto a princesa rolava na grama baixa de Pedra do Dragão, o marido de sua mãe segurava uma espada de madeira e encarava a jovem Velaryon arfando no chão enquanto tentava se pôr de pé novamente.

(Valiriano) –Seus oponentes não irão esperar que se levante. – disse Daemon.

Com a mão apoiada no próprio joelho Visenya se levantou segurando sua espada de madeira enquanto encarava Daemon em uma carranca, ela trincou os dentes e tomou novamente a posição defensiva esperando pelo ataque do príncipe.

Ele girou a falsa espada entre os dedos e andou em círculos ao redor da pequena princesa enquanto ela mexia os pés para acompanhá-lo. Sem aviso prévio o príncipe avançou mais uma vez, por pouco Visenya se defendeu e não teve o rosto atingido, a força do impacto fez ela cambalear e foi a deixa para Daemon jogá-la novamente ao chão.

–Sete infernos! –gritou a princesa.

Daemon riu e foi mais um motivo para deixar Visenya possessa, a princesa se levantou rapidamente com a espada de madeira em punho e avançou contra o príncipe na intenção de atingi-lo, sem nenhuma dificuldade ele desviou do ataque e usou as próprias pernas para jogá-la novamente ao chão.

(Valiriano) –As emoções são inimigas em uma luta. –disse ele.

Visenya permanecia no chão mordendo os lábios para segurar o choro, ela era orgulhosa.

Quando ela informou o príncipe Daemon de seu desejo de aprender a manusear uma espada e poder se defender ele disse que a treinaria desde que Rhaenyra permitisse, foram longos quatro dias de insistência até a mãe da jovem finalmente ceder e permitir que seu marido a treinasse, desde que fosse separado dos irmãos para que Visenya não se ferisse.

Bom, sobre os ferimentos era um pequeno segredo entre Daemon e Visenya, não havia aprendizado sem a dor, não havia evolução sem alguns arranhões e joelhos roxos, ao fim de cada tarde de treinamento o príncipe levava a princesa até o escritório do meistre e cuidava pessoalmente de suas feridas.

Daemon não admitia mas gostava da perseverança da enteada, gostava de como ela parecia um pequeno filhote de dragão selvagem, no fundo ele queria que suas filhas tivessem esse fogo, essa vontade pelo sangue.

Baela estava com sua avó em Derivamarca enquanto Rhaena permaneceu ao lado de seu pai em Pedra do Dragão, a jovem frequentemente acompanhava os primos-irmãos juntamente a Rhaenyra e as babás, ela se interessava por música, poesia e a história da antiga Valíria.

Rhaena era amante de livros e uma verdadeira donzela como Visenya sempre dizia, ela lembrava muito sua mãe Laena. Enquanto Baela era criada pela avó Rhaenys desde o funeral de sua mãe.

A passos lentos Daemon se aproximou da enteada, dobrou um dos joelhos no chão para ficar da altura dela que permanecia caída, ele soltou a espada e envolveu a pequena princesa em seus braços enquanto afagava seus cabelos compridos que estavam se soltando da trança.

(Valiriano) –Não irá se tornar uma guerreira com oito dias de treino. –disse ele.

(Valiriano) –Mas eu nem consigo ficar de pé. –ela respondeu chorosa.

(Valiriano) –Você tem 9 anos e em cinco dias conseguiu se defender de um ataque pela primeira vez, fique orgulhosa.

Daemon afrouxou o aperto e fez a menina olhá-lo nos olhos.

–Você segura a espada de maneira correta, não sabe mexer os pés durante a prática mas sabe como ficar na posição certa, e eu ainda não te ensinei isso. –disse ele.

O príncipe dos verdes e a princesa dos pretos (Aemond Targaryen)Onde histórias criam vida. Descubra agora