Talvez um dia descubra

4.9K 479 35
                                    

Visenya acordou antes mesmo do sol nascer, ela estava sozinha. Seu tio não havia retornado.

A princesa não achou que o reencontro deles seria assim, caótico, imaginou que voltaria para Porto Real para o casamento de Aegon e Helaena e lá ela veria todos novamente.

Poderiam conversar, beber e comer juntos. Mas quem ela queria enganar afinal, se passaram muitos anos desde sua partida, as coisa tinham mudado, todos cresceram e amadureceram.

Ela não se sentiu confortável perto de Aemond como na infância, ele não era mais o garotinho gentil que tomava chá e lia livros com Helaena e ela. Agora ele era um homem com responsabilidades de príncipe, um cavaleiro de dragão e um guerreiro muito bom pelos rumores.

7 anos os separava, talvez se permanecessem juntos as coisas seriam normais, mas não foi isso que o destino reservou.

Ela se perguntava como os outros estavam, seu tio Aegon tinha ficado mais babaca? Como Helaena estava, e porque a avó estava obrigando a pobre tia a se casar com aquele crápula.

Como estava a saúde de seu avô... será que ele ainda esculpia aquelas maquetes gigantes, que fascinaram Visenya pela riqueza de detalhes.

Aquela não era hora de nostalgia, ela vestiu a outra muda de roupa que havia trago, pegou sua espada e a adaga vestindo a capa por cima. Nenhum dos servos havia acordado ainda, ela se limitou a pegar uma maçã da bandeja de frutas e jogou o caroço em um arbusto assim que saiu da casa.

Ao colocar os pés para fora viu o tio sentado na escadaria olhando para o céu, o sol começava a nascer, ela seguiu e parou em sua frente.

–Obrigado pelo quarto. –disse ela.

Ele acenou com a cabeça sem falar nada. Visenya respirou fundo pensando se devia falar mais alguma coisa, o tio não estava demonstrando estar aberto a conversas, talvez tenha ficado ainda mais fechado com o tempo. A princesa então se colocou a andar na direção da Cidadela.

(Valiriano) –Sobrinha.

Ela parou no último degrau da escada sem se virar, pode ouvir ele se aproximando e dando a volta para ficar na sua frente, mesmo estando um degrau acima ela ainda tinha que levantar o rosto para vê-lo, e como isso era irritante.

–Virá para o casamento? –ele perguntou.

–Sim, mas é uma pena que o noivo seja Aegon.

Ele riu nasalado e seus olhos desceram para o pequeno decote que ela usava, o colar de ouro estava ali enquanto o pingente permanecia oculto na camisa branca que ela usava. Seus dedos desceram devagar pelo pescoço dela segurando a jóia e erguendo um pouco para revelar a safira.

Visenya se arrepiou ao toque mas não recuou, viu o olhar fixo do tio no colar que ele havia lhe mandado há 2 anos.

–Alguma razão em particular para ser uma safira? –perguntou ela.

–Sim, talvez um dia descubra.

Ele soltou a jóia a deixando amostra, passou as mãos pelos cabelos dela que estavam soltos e os colocou para trás puxando o capuz os cobrindo. Aproximou o rosto do dela e levantou o queixo lhe dando um beijo cálido na testa.

(Valiriano) –Voe com cuidado.

Visenya assentiu e ele deu um passo para o lado permitindo que a sobrinha passasse, e ela se foi.

A princesa ficou surpresa pela atitude do tio, por alguns segundos jurou que ele a beijaria de verdade. Como ela se achou tola, o príncipe já tinha 20 anos, ela era como uma criança comparado a ele.

O príncipe dos verdes e a princesa dos pretos (Aemond Targaryen)Onde histórias criam vida. Descubra agora