O tempo ruim se estendeu por dias, os dragões já domados saiam sozinhos para caçar sua comida enquanto seus domadores permaneciam no castelo de Pedra do Dragão, os ventos fortes fariam com que qualquer cavaleiro principalmente os sem experiência tivessem uma montaria difícil naquele clima.
Os treinamentos com espadas eram feitos em uma das muitas salas vazias do castelo, Jace e Luke tinham seus treinos pela manhã enquanto as tarefas diplomáticas e de alto valiriano seriam pela tarde, para Visenya era completamente o oposto.
Já haviam se passado algumas horas após o almoço, não só pelo cansaço de todo o exercício de como se movimentar em uma luta mas o próprio estômago roncando da princesa implorava por uma pausa. Sanduíches e um pouco de vinho foram tragos pelas criadas, Visenya comia tão rápido que precisou de um gole ou dois do vinho para fazer a comida descer, Daemon a olhava divertido enquanto a princesa não tinha consciência por estar tão focada em se alimentar.
Daemon não permitiu que ela tomasse mais do que dois goles daquele vinho, com o pretexto válido de que ela era apenas uma criança.
Agora de barriga cheia para evitar vômitos em seus sapatos, o príncipe Daemon apenas lhe passou alguns exercícios mentais de como lidar com seus oponentes, o que ela faria se seu rival usasse uma lança e ela uma espada? Diminuiria a distância, é claro. E se fosse um cavaleiro versado na arte da espada e escudo? Se fosse um arqueiro?
Eles debateram por horas a fio sobre como a princesa deveria se portar em todas as situações, claro que isso era apenas conversa, bem diferente da realidade, era o que esperaria a pequena Visenya assim que o tempo melhorasse e ela e o padrasto voltassem às suas tardes ao ar livre.
Antes do fim da aula uma das servas pessoais da princesa Rhaenyra os interrompeu, Daemon era solicitado por sua esposa e teve que deixar a enteada mais cedo naquele dia.
Sem opções para preencher o fim de sua tarde Visenya foi até a biblioteca do castelo onde seus irmãos tinham suas aulas, o meistre tentava ensinar a pronúncia correta de uma frase simples para seu irmão gêmeo, mas ele tinha muito dificuldade com a língua materna, sua língua parecia não se mover da maneira correta para que a palavra saísse certa.
Se Visenya não tinha um dragão seu irmão não sabia falar valiriano, e esse era o pouco consolo que a princesa tinha para atormentá-lo.
(Valiriano) –Você é muito ruim nisso. –disse ela adentrando o cômodo.
–O que? –perguntou ele confuso.
–Eu entendi o 'ruim'. –disse Luke.
–Você já entende mais valiriano que nosso irmão mais velho.
Visenya sorria travessa enquanto se jogava em uma das cadeiras estofadas, Jace encarava a irmã bravo, porque uma língua idiota que morreu com todo um país tinha que ser aprendida? Não fazia sentido, seus ancestrais fugiram de Valíria, dane-se esse idioma idiota, só os Targaryen e os Velaryon que os falavam, não precisava aprender mais do que os comandos que seu dragão deveria obedecer. Esse era o pensamento do mais velho enquanto Luke mesmo com certa dificuldade adorava o som que o valiriano tinha quando falado.
Ele via a mãe e o padrasto conversarem nessa língua e era algo bonito, espionou o treinamento da irmã mais velha e ouvia quando ela e Daemon conversavam intercalando o idioma velho com o comum.
Ele invejava a irmã por conseguir falar o valiriano tão bem, no fundo Jace sentia o mesmo. Todas as tardes que Visenya passava com Helaena e Aemond eles sempre conversavam quase que exclusivamente em sua língua materna, era uma forma de se conectarem, eles se sentiam íntimos ainda mais que os servos e cavaleiros que os acompanhavam não entendiam mais do que meia palavra que os três diziam.
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O príncipe dos verdes e a princesa dos pretos (Aemond Targaryen)
FantasíaNão foi apenas Jacaerys que nasceu naquela madrugada gelada. Poucos minutos depois a pequena dragoa urrou e toda a fortaleza vermelha soube que Visenya Velaryon havia chego ao mundo. FemOC x Aemond Targaryen