O que você quiser

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Visenya acordou com os primeiros raios de sol e a movimentação das servas-escravas entrando e saindo do quarto com tecidos e jóias. Se sentou na cama esfregando os olhos para tentar se acostumar com a claridade e assim que o fez todas as servas pararam o que faziam e se curvaram.

-Não é necessário. -disse ela.

As mulheres então assentiram e uma dela se aproximou trazendo consigo um tecido azul claro, a mulher falava a língua comum e disse a Visenya que aquilo tinha sido enviado para ela como um presente do príncipe escolhido, tudo para manter a amizade de Daemon.

A princesa tocou o tecido, era fino e frio, não entendeu como poderia usar aquilo, sempre que tinha que usar vestidos ela vestia uma chemise, depois meias compridas, espartilho, às vezes anáguas e finalmente o vestido que sempre tinha um tecido pesado.

A serva notou a confusão da princesa e disse que a vestiria, Visenya então se levantou e retirou a camisola que usou para passar a noite, para sua surpresa nada além daquele tecido azul seria usado, a serva começou a transpassá-lo pelo corpo dela. Usou um pedaço mais grosso para marcar a cintura e voltou a subir para definir o busto usando como detalhe final dois alfinetes de ouro em forma de dragão que ficaram pouco abaixo de seus ombros, logo acima dos seios.

Visenya se virou para encarar a própria imagem no espelho e se surpreendeu com o resultado, não imaginou que todas aquelas voltas iriam resultar em um belo vestido, ela se sentia leve, porém estranha por saber que não tinha nada por baixo, levou a mão no colar vendo que a peça complementava bem a roupa, a serva então trouxe a ela sapatos confortáveis que se escondiam por baixo do tecido, depois de pronta Visenya agradeceu a mulher e as demais saíram, a princesa optou por ficar com o cabelo solto, e antes de sair do cômodo deu uma última olhada no espelho.

Aemond vestia uma túnica azul marinho, não era de seu gosto mas como Visenya disse, eles tinham os ajudado e não iria irritar a sobrinha, ele comia um pedaço de pão quando sons de passos lhe chamaram a atenção e quando se virou não conseguiu mais tirar os olhos dela.

Visenya estava linda, qualquer um que a visse diria que ela era rainha de alguma cidade de Essos mesmo sem estar usando uma coroa.

A princesa sorriu para o tio enquanto caminhava até próximo da mesa pegando um pêssego.

-O que faremos essa manhã? -perguntou ela.

-Não deixar que nenhum selvagem ponha os olhos em você. -respondeu Aemond.

-Ah mas eu fui até pedida em casamento, nem pude dar uma resposta.

Aemond então se levantou fitando os olhos na sobrinha, chegou bem perto sentindo a respiração dela contra seu pescoço.

-E o que você vai responder? -ele perguntou.

-Eu não sei... não tenho outros pretendentes e posso ser uma khaleesi, me diga tio, o que acha?

O príncipe então levou a destra ao queixo dela segurando com firmeza enquanto analisava cada aspecto do rosto delicado de Visenya, ele se perdia naqueles olhos violetas e por um instante cogitou em rouba-la e ficarem em Essos para sempre longe de toda a intriga da corte.

Ele passou tantos anos se esforçando para que a mãe tivesse orgulho e ela nunca demonstrou nem um pingo de satisfação pelo filho, a única vez que ela realmente foi mãe, foi no dia em que ele perdeu o olho, mas depois de tantos anos Aemond começou a perceber que toda a fúria de Alicent era mais por alguém próximo a Rhaenyra tivesse ferido algo que "pertencia" a ela, era óbvio que o caolho sentia raiva de Jacaerys e Lucerys pelo o que fizeram, ele queria sua vingança pegando o olho do bastardo mais novo, porém ele podia desistir de tudo isso se significava que sua amada sobrinha ficaria ao seu lado.

O príncipe dos verdes e a princesa dos pretos (Aemond Targaryen)Onde histórias criam vida. Descubra agora