FINALMENTE EM UMA ZONA DE CONFORTO

10.5K 1.1K 1.6K
                                    

Cada oi, cada tchau, cada eu te amo que você já disse
(Que você já disse)
Porque todas as pequenas coisas que você faz
São o que me lembra por que me apaixonei por você
E quando estamos separados e eu sinto sua falta
Eu fecho meus olhos e tudo que vejo é você
E as pequenas coisas que você faz
[Those Eyes - New West]

••••

Busan era uma cidade bonita e maior do que Jimin costumava pensar que era. A família de Jungkook era divertida e muito mais liberal do que ele pensou que fosse. Então no fim das contas, ele estava aproveitando.

Era madrugada de Natal. 

A tradição da família de Jungkook foi trazida pelo marido de alguém que já tinha se divorciado, mas foi mantida porque era o único dia no ano em que todos conseguiam se reunir e Jimin achou fantástico.

Toda a coisa de um jantar em uma mesa imensa com todos da família, músicas natalinas, troca de presentes e todo o resto.

Até que seu pai participou e eles se sentiram genuinamente bem vindos.

Mas eram quatro da madrugada e ele era o único acordado. Ele e Jungkook foram forçados a dormir em quartos separados já que, segundo a avó de Jungkook, adolescentes não conseguem controlar suas mentes pervertidas e mãos bobas, e ninguém queria ouvir ruídos estranhos.

Então ele vestiu os casacos mais grossos e desceu os degraus da casa de campo enorme que pertencia ao marido jovem demais da avó de Jungkook.

Mais precisamente, do lado de fora.

A cesta de basquete ficava na lateral da garagem, longe o suficiente dos quartos para que ninguém acordasse com o som da bola de basquete batendo no chão.

— Você não está jogando basquete às quatro da manhã nesse frio do caralho, não é, Park Jimin? — O ruivo sorriu ao ouvir a voz rouca do namorado. Ele não esperava mesmo que Jungkook fosse procurar por ele naquele horário, mas ali estava. — Tem merda na cabeça?

— Devo ter mesmo, eu namoro com você — retrucou Jimin, jogando a bola no ângulo perfeito e acertando a cesta em cheio. Ele girou os calcanhares, deixando a bola de basquete rolar no chão e se curvou em uma reverência fingida. — Eu sei, essa é a mão mágica do capitão do time.

Jungkook estava com os cabelos bagunçados, encolhido dentro do casaco que tinha o dobro do tamanho dele e provavelmente foi apenas o primeiro que ele encontrou na casa.

O moreno se aproximou, com passos vacilantes por conta do sono. Jimin notou o cachecol nas mãos dele e ficou parado, enquanto Jungkook apenas enrolava o cachecol de lã em volta do pescoço dele.

— Não pode ficar doente — disse Jeon — Eu não sei cuidar de gente resfriada.

Jimin olhou para ele. Estava escuro, o sol ainda não dava sinais de que ia nascer em breve e havia apenas uma luz fraca acesa na parede lateral da garagem.

Era tudo que tinham.

A fumaça da respiração deles se misturava enquanto Jungkook continuava o enrolando no cachecol, isso antes de tirar uma touca do bolso do casaco e enfiar na cabeça dele.

Os dedos de Jungkook roçaram na bochecha dele, e aquilo fez  Jimin rir e se encolher.

— Seus dedos estão frios. Não adianta vir brigar comigo e você não se cuidar também — Jimin falou, pegando as mãos dele entre as suas e esfregando com suas mãos enluvadas e quentinhas. — O que faz acordado?

— Eu sonhei que a gente namorava. Aí acordei e fiquei pensando: meu Deus, e se tudo foi um sonho? — Jungkook contou, arregalando os olhos. A voz estava rouca de sono e um sorriso brincalhão não deixava seus lábios. — Aí eu olhei pro lado e o meu primo estava babando no travesseiro e meu cérebro demorou demais pra funcionar.

Aminimigos • JJK + PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora