O PODER MAGNÉTICO DA LUA

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Às vezes somos, às vezes não
Um dia é ódio, outro é amor
E a razão, a razão que eu não sei
Mas com você eu sempre caio de novo
Entre um "Eu te amo" e um "Nunca mais"
Entre uma espada e a parede quando não estás
E a razão, a razão que eu não sei
Mas com você eu sempre perco mais do que aposto
[Más De Lo Que Aposté - Aitana e Morat]

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O dia começou da forma mais irritante possível. Tudo colaborou para que sua paz interior e paciência fossem pelo ralo de manhã.

Não tinha leite, bateu o dedo mindinho na porta, derramou suco de laranja no caderno de história e quebrou sua xícara preferida. Tudo em menos de quarenta minutos depois de levantar.

Ele pensou que ficar na biblioteca, onde era obrigatório fazer silêncio, fosse acabar com seu crescente bom humor antes que tivesse que enfrentar alguns longos períodos de aulas maçantes.

Tinha uma brisa fria que arrepiava seus braços, e Jimin cogitou tirar o blazer da mochila e vestir.

Mas estava mais concentrado em encontrar um livro. Precisava dele, e estava um pouco afoito ao deslizar os dedos impacientemente nas lombadas dos demais.

Um livro sobre a lua.

Seu pai disse que na época em que estudou ali, havia um livro de curiosidades sobre ela, das coisas mais simples como a influência na maré até a funcionalidade da gravidade na lua.

O ruivo ergueu o olhar, fechando um pouco os olhos por conta da claridade da manhã. E avistou uma lombada aparentemente antiga, um livro preto com o título escrito em letras prateadas.

Estava na prateleira de cima.

Ele esticou a mão em direção ao dito livro, quando alguém o pegou primeiro.

A brisa fresca sumiu, o frio o deixou e ele sentiu algo o aquecer. Estava perto demais, ao ponto de sentir uma respiração quente em sua nuca.

E foi o que veio em seguida que fez as pernas de Jimin bambearem. Por um momento ele esteve consciente de cada pequeno centímetro da própria pele, seus músculos ficaram tensos e seus olhos se fecharam imediatamente.

E tudo começou a formigar, como se estivesse sob o efeito de alguma droga.

— Você chegou adiantado hoje, Laranjinha. — Jungkook soltou uma risada rouca.

Jimin se virou.

Teve pouco espaço para se movimentar já que Jungkook estava tão perto e acabou se apoiando na estante, na tentativa de colocar o máximo de distância possível entre eles.

Jungkook estava sorrindo.

Aquele meio sorriso cafajeste com dentes avantajados.

Jimin sentiu no fundo do estômago e perdeu o ar naquele instante.

— O gato comeu sua língua? — Jungkook provocou, sacudindo o livro — Temos que fazer nosso trabalho.

Ele não conseguia falar.

Queria sair, queria empurrá-lo para longe e principalmente queria tirar o olhar de Jungkook de cima de si.

O moreno o olhou minuciosamente, analisando a expressão assustada e a respiração ofegante. As bochechas coradas e a boca rosada entreaberta.

Jimin não conseguia nem ao menos se mover, foi torturante quando Jungkook olhou sua boca por mais tempo do que teria sido considerado normal.

E então, como se fosse atraído magneticamente, Jeon se aproximou um pouco mais. Haviam poucos centímetros de diferença entre o tamanho deles, mas o suficiente para precisar se curvar um pouco.

Aminimigos • JJK + PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora