Aminimigos • JJK + PJM

ATÉ A NEVASCA PASSAR

Mas eu sinto falta de gritar e brigar e beijar na chuva
E são duas da manhã e eu estou amaldiçoando o seu nome
Você está tão apaixonado que age insano
E esse é o jeito que eu te amei
[The Way I Loved You - Taylor Swift]

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Seus pais tinham feito sua comida preferida para o jantar e ele tentou não demonstrar que notou as tentativas desesperadas dos dois de animá-lo de qualquer forma. Era um pouco frustrante, não poder apenas ser sincero ao dizer "estou bem, vocês não tem que se preocupar comigo".

Ele permaneceu até o final do enterro.

Foram horas intermináveis, vendo o pai de Jimin chorar escondido e vendo Jimin prendendo o choro durante todo o processo. Uma sensação de completa impotência.

Queria que eles não tivessem sentido tanto por alguém que definitivamente nunca mereceu lágrima nenhuma.

Jungkook se deitou na cama.

E ainda havia a falta dele.

Park Jimin estaria lhe lotando de mensagens naquela hora, falando sobre algo aleatório como alguma curiosidade tosca que encontrasse na internet ou um fato muito fantástico sobre algum filme que tenha assistido.

Jungkook olhou o telefone.

Quase duas da manhã e nenhuma mensagem.

Desde a 01:00 ele estava sendo aterrorizado pela ideia de jamais conseguir uma segunda chance.  Jimin era teimoso, mesmo que gostasse dele, era bem capaz de jamais dar o braço a torcer para provar que ele tinha sido escroto demais.

Jungkook rolou na cama. Ele encarou o teto cravejado de estrelas neon que brilhavam esverdeadas com a luz fraca do abajur sendo tudo que iluminava o quarto.

Ele ouviu os galhos da árvore batendo na janela e imaginou que o vento já estivesse começando a ficar forte do lado de fora. Talvez, com sorte, as ruas estivessem cobertas demais no dia seguinte para ele ir à escola.

Assim ele poderia continuar sofrendo sozinho em casa.

O galho se chocou mais uma vez contra o vidro da janela. Forte demais para ser a força do vento, parecendo quase violento.

Jeon ergueu a cabeça e olhou em direção a janela.

O vidro estava embaçado e escuro demais para avistar qualquer coisa.

Ele franziu a testa e se levantou da cama, estreitando os olhos na direção da janela com a intenção de ver algum movimento estranho. 

Mais uma pancada, que o fez dar um pulo e cobrir a boca para não gritar de susto.

Com certeza não era um galho irritado.

Jungkook correu até a janela, destravou as trancas e puxou as duas folhas da janela. O vento frio que entrou o fez se encolher, mas o que mais lhe causou arrepios não foi o vento cortante e sim o garoto que estava ajoelhado no telhado, segurando um galho da árvore para manter o equilíbrio.

Jimin estava embrulhado em roupas quentes, haviam flocos de neve presos nos fios de seu cabelo que escapavam da touca e em seus cílios. E seu rosto estava avermelhado do frio.

— Não podia ter aberto na primeira vez que eu bati? — Jimin ralhou.

— Como eu ia saber que era você? Pensei que fosse a árvore! — retrucou o moreno.

— A árvore esmurrando a janela, Jungkook? — Jimin estreitou os olhos, impaciente.

— Eu deveria mesmo saber que até um galho seco é menos bruto que você! — rebateu Jeon.