CAPÍTULO 4: Surpresas, Constrangimentos e Uma Noite de Chuva

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- Posso entrar? - ele pergunta e espera por uma resposta, até que eu recupero a compostura.

- Ah, claro, pode sim - digo sorrindo de leve, tentando esconder minha surpresa.

- Suas bochechas estão bem vermelhas - ele diz tocando o meu rosto, e eu instintivamente me afasto de seu toque, sentindo um arrepio percorrer minha pele.

O que está acontecendo comigo?

- É que está calor - sorrio para tentar descontrair o ambiente. - Você quer me contar algo? Está parecendo preocupado.

- Ah, é verdade, eu quase esqueci. Minha mãe perguntou se você não quer dormir lá em casa ou se eu durmo aqui - ele diz, esperando que eu sugira que ele durma aqui.

- Acho melhor você dormir aqui, é mais fácil, tem lasanha para o jantar e refrigerante - só de pensar na lasanha, minha fome volta.

- Então está bom, ouvi dizer que meus pais e os seus vão sair para jantar e não devem voltar muito cedo - ele diz, olhando para mim com uma expressão interessada. - Vou lá em casa pegar minhas coisas.

  Ele sai rapidamente pela janela. Meus pais já estão se arrumando e explicam que sobrou lasanha para o jantar, o que me faz pensar na nossa conversa anterior e corar levemente. Quando chega a hora deles saírem, vou até a porta e percebo que o céu, que antes estava limpo, agora está escuro e prestes a desabar em chuva.

- Se cuidem, e juízo em, mocinha - minha mãe diz ao entrar no quarto.

- Não quero netos tão cedo - meu pai brinca enquanto liga o carro.

- Não precisa se preocupar, tenho juízo de sobra, e esquece essa história de netos - faço uma careta só de pensar nisso.

- Tá bom, beijos e se cuidem - o carro dá partida, minha mãe acena, e eu faço o mesmo.

  Com a chuva prestes a começar, decido entrar em casa. No relógio, já são 18:30. Resolvo tomar um banho quentinho, pois lá fora está congelante.

  Vou até o meu quarto, tiro a roupa e a coloco no cesto de roupas sujas. Enrolo-me na toalha e escuto alguém entrando na casa. Minha mente começa a imaginar as piores possibilidades, como um serial killer que me atacaria enquanto estou de toalha. Agarro um cabo de vassoura para me defender, sabendo que isso não adiantaria muito, mas pelo menos seria alguma coisa. Vejo uma silhueta masculina se aproximando, e minhas paranóias se intensificam. Quando estou prestes a dar uma vassourada na pessoa, ela entra completamente e solto um grito de susto.

- Ai, meu Deus, Alice, não me mate de susto! - é o Max. Eu vou matá-lo.

- Eu vou te matar! - corro em sua direção, mas ele se afasta de mim. Sinto que a toalha está ficando frouxa, então paro de correr e a ajusto rapidamente antes que ele me veja nua.

- Para minha defesa, eu bati na porta, mas você não deve ter ouvido. Resolvi entrar porque lá fora está chovendo e congelante - ele diz, mostrando seu corpo molhado.

- Tudo bem, mas da próxima vez, grite seu nome antes de entrar, ou ganhará uma vassourada sem dó, e a culpa não será minha - digo enquanto subo para tomar um banho. - Você já conhece o caminho, parece que já é de casa.

  No banheiro, enquanto tomo meu banho, me pego pensando no que aconteceu na cozinha e no encontro repentino na sala. O que está acontecendo comigo?

•••
Continua...

Max, Meu Melhor Amigo Onde histórias criam vida. Descubra agora