Acordo com sons de aparelhos apitando ao meu redor e minha visão começa a clarear gradualmente. Ouço meus pais chorando enquanto estão abraçados, e olho na direção deles.
— Mãe?! — minha voz sai fraca.
— Você acordou! — ela sorri com alívio.
— Vou chamar o doutor — meu pai avisa e sai do quarto.
— Mãe? O que aconteceu? — minha cabeça começa a latejar, e eu coloco a mão na testa, gemendo de dor.
Antes que ela pudesse responder, o doutor entra no quarto, interrompendo nossa conversa.
— Como está se sentindo? — ele chega com uma luz brilhante nos meus olhos, examinando-os.
— Senti dores fortes na região da cabeça. Por um tempo, elas cessaram, mas depois voltaram de forma ainda mais intensa — explico, enquanto ele continua o exame.
— Eai doutor, o que ela tem? — Meu pai pergunta com ansiedade.
— Não sei como dizer isso... pelos sintomas apresentados...
(Narrando o Max)
Quando meus olhos começam a se abrir, percebo que está tudo escuro à minha volta. Sinto algo cobrindo minha cabeça e minhas mãos estão amarradas. Aos poucos, a claridade entra, revelando minha situação.
— Olha quem está aqui!! — com meus olhos se ajustando à luz, vejo apenas um sorriso malicioso — Como tem passado, Max?
Percebo Luke sentado à minha frente, com os braços cruzados, encarando-me.
Tento compreender a situação, meu coração começa a bater mais rápido. As lembranças começam a surgir lentamente. Luke, alguém que conhecia de anos atrás, agora diante de mim em circunstâncias sombrias.
— Luke, o que está acontecendo? Por que estou aqui assim? — minha voz sai trêmula enquanto luto para entender a situação.
Ele permanece calmo, mantendo aquele sorriso enigmático.
— Vamos ter muito o que conversar, Max.
Ele se levanta e fica de frente para mim.
— Você não faz ideia do que fez, não é mesmo? — ele ri de forma sinistra.
— Como assim? — levanto uma sobrancelha, tentando entender.
— Você tirou a Alice de mim. Você acha que poderia simplesmente fazer isso e sair impune? Você deve estar completamente louco para ter tentado me desafiar, lembra do que falou naquele dia no refeitório?
— Não tirei nada de você! Você mesmo que se afasta das pessoas, e se ela descobriu a verdade sobre você, então era hora... — tento argumentar, mas ele desfere um soco no meu rosto, fazendo o sangue escorrer da minha boca, seguido por outro golpe brutal.
— Vocês vão ser pegos mais cedo ou mais tarde, e pagarão por tudo isso na cadeia. Pode acreditar nisso — solto um cuspe de sangue.
Ele me olha furiosamente.
— Você não toma cuidado com o que diz, não é? — ele aperta meu pescoço, me sufocando por um instante. Seus olhos estão cheios de raiva.
Enquanto luto para respirar, vejo alguém se aproximando, e quando finalmente consigo focar o rosto da pessoa, meu espanto é evidente.
— O... O... Oliver?? — minha voz sai em choque.
— Eai, velho amigo! Achou que tinha se livrado de mim, huh? — ele ri e se acomoda em um banquinho.
— Mas... Como você pôde fazer isso? — a decepção é clara em meu olhar.
Oliver ri de forma zombeteira.
— Vocês acharam mesmo que éramos amigos de verdade? Vocês dois foram tão ingênuos e fáceis de enganar — ele ri com escárnio — Não foi difícil inventar aquela história do Luke e da Alice, e você caiu como um patinho na armadilha.
— CONFIEI EM VOCÊ, SEU MISERÁVEL!! — Sinto mais um soco brutal no rosto, incapaz de me defender.
— Cuidado com as palavras — ele ri, debochando da minha raiva — Vamos encerrar isso de uma vez por todas! — Ele se levanta e Luke pega um pedaço de madeira.
— Adeus! — Luke diz enquanto acerta minha cabeça com o pedaço de madeira.
[•••]
Minha visão lentamente retorna, mas ainda está embaçada. Sinto algo amarrado em volta da minha boca e consigo ouvir as vozes de Luke, Oliver, Emille e Flávia ao meu redor.
— O que vocês vão fazer com ele? — Emille pergunta com preocupação na voz.
— Não se preocupe — ouço a risada de Luke.
— Chegamos! — diz Oliver.
Ouço o som da água sendo arrastada pela correnteza e sinto alguém me segurando.
— Sua jornada chegou ao fim, Max — ouço Oliver dizer antes de ser jogado na água. Enquanto me debato, percebo que a correnteza é mais forte do que eu e sinto que estou me afogando.
Antes de ser engolido completamente pela água, vejo um deles acenando e desaparecendo entre as árvores. Minhas forças diminuem, e finalmente sou submerso, perdendo a consciência enquanto a água me envolve.
(Narrando a Alice)
O médico estava criando um suspense assustador com toda aquela demora.
— Pelos sintomas, parece ser um tumor — ele finalmente diz, com uma expressão triste em seu rosto.
Ouvir meus pais chorando e sentir lágrimas escorrendo pelo meu rosto me deixou ainda mais angustiada.
— Mas doutor, não há nenhuma possibilidade de cirurgia? — minha mãe começa a entrar em desespero, soluçando entre as palavras.
— O tumor está crescendo, e uma cirurgia nessa região é extremamente delicada, mas vou fazer o possível — ele se retira da sala rapidamente.
— Vai dar tudo certo, você vai...
— PARE DE DIZER QUE VAI DAR CERTO! NADA VAI DAR CERTO! — não queria ter gritado com minha mãe daquela maneira, mas estava completamente exausta de toda a situação.
Assisto minha mãe sair dali, com lágrimas descendo por suas bochechas.
— Todos nós estamos sofrendo por você estar passando por isso, mas sua mãe sempre busca ver o lado positivo das coisas, porque se ela não o fizer, acabará se afundando junto com você. Você deve se desculpar com ela — meu pai sai da sala com uma expressão de desapontamento com minha atitude.
Sinto um profundo remorso por ter falado daquela maneira com minha mãe. Com a porta entreaberta, meu olhar parece que se move em câmera lenta, e vejo Max deitado com tubos para ajudar na respiração. É como se meu mundo estivesse desmoronando diante dos meus olhos. Arranco os fios que estavam conectados ao meu braço e saio correndo.
Eles entram em uma sala, e eu tento alcançá-los desesperadamente. Meus pais me seguram com firmeza.
— EU VI O MAX! — grito em lágrimas, sem conseguir controlar minhas emoções — ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO! — continuo chorando inconsolavelmente.
•••
Continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Max, Meu Melhor Amigo
Roman d'amour✨ SINOPSE ✨ Oi, me chamo Alice, tenho 17 anos e estou no 3º ano do ensino médio, junto com meu amigo Max. Eu o conheço a vida toda, e ele é meu único amigo, pois não sou boa em fazer amizades, mas ele sim! Não sei como ele consegue, e ele também p...