CAPÍTULO 32: Incertezas e Conexões Perdidas

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  No quarto, tranquei a porta, evidentemente, para evitar intromissões... para que ninguém entre aqui.

Sinto falta da minha mãe!

  Troco de roupa, vestindo algo mais confortável: uma blusa da Bela e a Fera e meu short preto. Encaro meu reflexo no espelho, enfrentando uma insegurança repentina.

  Minhas pernas não são muito finas, mas também não são cheias de carne; é meio a meio. No entanto, sou magra. Devo parar de usar shorts? Talvez esteja passando vergonha, e meus seios nem são tão evidentes... Espera aí, Alice, você é linda! Não deixe esses comentários sem noção te afetarem.

  Exibo um sorriso no espelho, satisfeita com o que vejo, não vou permitir que isso me abale. Então, lembro que não liguei para o Max e começo a procurar meu celular freneticamente, mas ele não está em lugar nenhum.

  Será que deixei na sala? Não quero encontrar aquela pessoa entrometida.

  Quando coloco a mão no bolso, procurando onde devia ter colocado o celular, sinto-o ali.

— Sério, isso!! Eu aqui igual uma barata tonta te procurando, e você estava no meu bolso. Palhaçada!! — resmungo comigo mesma.

  Faço quatro tentativas para ligar para o Max, e a música de espera começa a tocar em minha cabeça.

"Atende, atende, atende o telefone."

Finalmente, na sexta ligação, ele atende, e percebo que ele parece diferente.

Alice: — Até que enfim, tudo bem?

Max: — Está tudo bem! Estou ocupado agora, tenho que ir. Tchau.

  Ele nem espera minha resposta e desliga, e meu rosto já está no modo "triste" novamente.

  Por que será que ele está tão distante comigo? Ele nunca me tratou assim, e agora, de repente... Talvez seja melhor deixar isso de lado. :(

Desço a escada e tento melhorar minha expressão.

— Por que essa carinha, Alice? Finalmente o Max percebeu que você não tem valor nenhum! — Sorrio com um toque de satisfação.

  Eu não vou dar a ela o gosto de querer discutir e causar dor de cabeça.

  Olho para ela e caminho até a cozinha. Meu celular toca, e fico animada, pensando que é o Max. No entanto, é apenas uma notificação qualquer. Pego uma jarra de água e despejo um copo.

(Narrando o Max)

  Por que a Alice fez isso? Sou um tolo por pensar que entre nós poderia haver algo. Sou um imbecil mesmo!

  Vejo a notificação novamente no celular, e uma mistura de raiva e tristeza me envolve.

  Melhor esquecê-la e seguir minha vida sozinho, com outra pessoa.

— Filho! Tudo bem? — minha mãe entra no quarto e vê meus olhos cheios de lágrimas — O que aconteceu, meu amor?

— Olha isso!! Eu achava que ela era diferente, mãe! E ela tem coragem de fazer isso comigo?!! Eu ia pedir a ela... — não consigo segurar mais, as lágrimas não param de cair.

— Eu conheço a Alice muito bem! E sei que ela não é como essas garotas por aí. Sinto que ela é especial, mas não se precipite com isso — ela me entrega o celular e beija minha testa.

— Mas isso não mente, mãe! Acho melhor eu seguir minha vida e esquecê-la, porque isso só vai me machucar — não quero me precipitar, quero resolver isso em uma conversa com ela, mas depois do que vi e ouvi, não consigo... simplesmente não consigo.

(Narrando a Alice)

Fico olhando o celular a cada 5 minutos, esperando o Max ligar ou mandar uma mensagem, sei lá...

— Tudo bem, filha? — minha mãe chega à cozinha — Parece inquieta, kkk.

— Tudo bem, sim! Onde está o papai? — me ajeito na cadeira.

— Ele foi ao mercado, e eu resolvi voltar para casa para descansar — ela coloca algumas sacolas no balcão e senta em um banquinho — Onde está a Emille?

Só de ouvir esse nome, me dá calafrios. Credo!

— Não sei, parece que foi ao shopping para comprar mais coisas, e a senhora sabe com quem ela foi — essa garota sempre quer algo novo da moda, e quando um novo modelo é lançado, no dia seguinte, ela compra tudo de novo.

  Palhaçada, não é mesmo? É bom ficar na moda e se sentir linda, mas a cada respiração, ela está gastando dinheiro apenas para andar com a Flávia. Outra desmiolada, mas fazer o quê, se elas gostam de gastar dinheiro com isso, e eu prefiro encher minha barriguinha linda.

   Todos nós temos prioridades, mas, calma aí, gente, eu também cuido de mim e compro roupas. Não é porque penso em comida que vou andar parecendo uma louca. Mas eu tenho juízo na hora de comprar algo e economizo. Se uma roupa que comprei no ano passado ainda está boa, vou continuar usando. Se não quero mais, só deixo jogada, ou então, eu doo para alguém.

  O que não faz falta para nós pode ser útil para muitas outras pessoas.

•••
Continua...

Max, Meu Melhor Amigo Onde histórias criam vida. Descubra agora