CAPÍTULO 27: Palavras Maldosas e Inseguranças

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  Nesse momento, estou no banheiro da escola e ouço algumas meninas conversando. Reconheço as vozes, e não estou muito animada com isso.

— Você ainda não pegou ele? Tá dando mole, viu? — Amanda diz rindo.

— Não tô dando mole, é que ele só vive grudado com aquela sem graça — Flávia diz irritada.

— Tá falando da Alice? — Eduarda pergunta.

— Não, tô falando da minha vó! Óbvio que é ela, dããã! — Flávia diz ainda irritada. — Mas eu tenho um plano B. — Sua risada soa sinistra.

— Isso aí! Você é mil vezes melhor que aquela magrela — Amanda afirma.

— Eu sei que sou — Flávia responde convencida.

  Realmente, eu sou uma garota magra, sem muito corpo, sem peito, coxas e bumbum. Já passei por terapia para lidar com minha insegurança, mas parece que ela está voltando. Infelizmente.

  Saio do banheiro, lavo as mãos e me olho no espelho, analisando meu corpo.

— Não deixe isso te abalar!

[•••]

— Como foi na escola? — Minha mãe pergunta, e meu pai aguarda minha resposta.

— Foi bem — tento esconder minha tristeza, e parece que funciona.

— Hum... Ok! Você viu o Max? — Minha mãe sorri maliciosamente.

— Sim! Conversamos no recreio, e ele ficou na escola por causa do time e também porque ele é o capitão — só de pensar que a Flávia pode estar neste momento dando em cima dele, meu sangue ferve e meu rosto entristece.

— Você está realmente bem, filha? — Meu pai pergunta.

— Estou sim, não precisam se preocupar — sorrio. — Vou subir para o quarto e descansar um pouco.

— Tudo bem, minha flor — minha mãe manda um beijo pelo ar.

  Subo para o quarto e, quando chego, me jogo na cama, começando a pensar no que a Amanda disse. Não vou mentir, isso mexeu comigo. Lembro-me perfeitamente do bullying que sofri por ser magra, embora o médico dissesse que esse era o peso ideal para minha idade e que não deveria me preocupar. No entanto, palavras maldosas continuam machucando, especialmente quando a ferida é exposta.

  Começo a sentir meus olhos pesarem, e, quando finalmente cedo ao sono, mergulho em um sono profundo. Acordo com meu celular tocando e demoro um pouco para atender por causa do sono.

Alice: Oi, quem é? — Minha voz sai rouca pelo sono.

Max: É o Max, senhorita dorminhoca. — Consigo ouvir sua risada.

Alice:  Por que me ligou? — Estou quase dormindo novamente.

Max: Estou preparando uma surpresa. — Mesmo ao telefone, percebo que ele está tímido.

Alice: O quê?! Outra surpresa? — Minhas bochechas ficam vermelhas.

Max: Sim! Só que desta vez será especial.

  Meu coração está acelerando. Será que desta vez algo vai acontecer?

Alice: Para onde você vai me levar? — Estou curiosa.

Max: É surpresa, boba, não vou dizer.

Alice: Você sabe que existe a possibilidade de eu não conseguir dormir esta noite tentando adivinhar onde você vai me levar.

Max: Isso que dá ser tão curiosa — ele ri.

Alice: E você é um fofoqueiro.

Max: Eu? Fofoqueiro? Eu apenas coleto informações, baby. — Risadas são ouvidas do outro lado da linha.

Alice: Já te peguei junto com a minha mãe fofocando sobre a vizinha grávida que se faz de "santa".

Max: A culpa não é minha se ela faz coisas erradas e ainda se faz de "santa". Se ela solta informações por aí, não posso ser culpado.

Alice: Você não existe, kkkkk.

•••
Continua...

Max, Meu Melhor Amigo Onde histórias criam vida. Descubra agora