Passo um: Roube um artefato

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As botas pretas de couro caminhavam sob o chão sujo de terra molhada. O céu estava repleto de nuvens negras e algumas gotas de chuva caiam, anunciando a tempestade que estava por vir. Por conta das gotículas de água, os cabelos alvos do capitão estavam úmidos, fazendo com que os fios caíssem sob seus olhos. Ele andava cambaleando, carregando uma garrafa de rum em sua mão.

O capitão direciona seu olhar para um estabelecimento mais a frente, onde sons de conversa e música alta são ouvidos. "A cabeça da rainha” A placa indicava. Um sorriso de canto surge em seu rosto, revelando seus dentes da frente, um pouco afastados uns dos outros. Ele passa seus dedos cheios de anéis em sua franja, tirando um pouco das gotas de água de seus fios de cabelo bagunçados, que cobriam seu olho esquerdo. Em seguida, se direcionou até a porta do estabelecimento.

Antes de entrar, ele bebe o último gole de seu rum, logo em seguida jogando a garrafa para longe. Assim que o homem coloca seus pés para dentro do bar, toda a música e conversas exageradamente altas invadem seus ouvidos.

Seus olhos, de tom verde azulado, se encontram com os diversos piratas que bebiam e conversavam. Logo, o rapaz arranjou um banco livre para se sentar, bem à frente do balcão, onde se serviam as bebidas. Ele retira seu sobretudo vermelho vinho, deixando sua camisa social branca à mostra. Os botões abertos na parte de cima revelavam as ataduras velhas e desgastadas, que cobriam seu peito.

— Boa noite Carl… — Ele se senta, enquanto chama a atenção do barman, que estava de costas, fazendo com que o homem leve um pequeno susto quando o vê.

— Ca…Capitão Monroe! — O barman diz boquiaberto.

— Imagino que tenha sentido minha falta! — Raven diz, em um tom provocativo, enquanto coloca seus pés sob o balcão.

— O que deseja hoje? — Carl diz, evitando responder ao questionamento.

— Whisky! — Ray responde, um pouco entediado, enquanto observa o esmalte preto mal cuidado, descascando em suas unhas.

Carl então se vira, para servir o Whisky ao capitão. No momento em que ele sente um cheiro forte de charuto e vê fumaça entrando em seu campo de visão, o rapaz retira seus pés da bancada, direcionando seu olhar fulminante à fonte do incômodo.

— Como você está, meu amor? — O garoto ao seu lado pronuncia-se. Ele já devia estar em sua terceira garrafa de rum. Aparentemente tinha entre dezoito ou dezenove anos.

— Nos conhecemos, moleque? — O capitão encara aquele garoto com os olhos entreabertos, um olhar que para muitos era assustador e atraente ao mesmo tempo.

— Infelizmente você ainda não me conhece, mas andei observando muito você, quando aparece por aqui! — Ele ri, enquanto amassa seu charuto, o apagando.

— Diga logo o que você quer! — Raven diz com um tom sério em sua voz, sem paciência para aquelas besteiras.

— Sabe… — O garoto passa sua mão sob a coxa de Ray. — Eu vejo que você sempre sai daqui com os braços cheios de mulheres, não é? Nunca teve vontade de experimentar…algo novo? Posso te garantir que nunca decepcionei os piratas com quem sai. Posso até pagar um bom preço…entende?

— Ah...então é isso? — Um sorriso sarcástico se forma no rosto de Raven. Sem hesitar muito, ele saca de seu cinto seu mosquete e aponta para o garoto. — Por acaso esta achando que eu sou a porra de um prostituto? 

O ato de Ray faz com que alguns piratas parem o que estavam fazendo, se virem e comecem a gritar, empolgados com a briga que sairia dali.

— Na..não! — O garoto gagueja assustado, enquanto levanta suas mãos, em forma de defesa. — Não foi isso que eu-

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