Manual para piratas e princesas rebeldes

Passo doze: Salve uma princesa

— Lembra do que eu te ensinei? — A mulher segurava os ombros do filho, os ajeitando. — Tem que manter a postura, se ficar com essa coluna torta, nunca vai conseguir lutar com espadas!

— Eu nunca vou ser melhor do que o Noah, do que adianta continuar tentando? — O adolecente emburrado responde Charlotte.

— Já conversamos sobre isso! Você tem que se concentrar, não fique se comparando, o importante é focar no seu progresso!

— Acha que um dia eu vou conseguir ser igual a você e o papai? — Ele questiona cabisbaixo, enquanto larga sua espada no chão.

— Ray…é claro que você vai! — A mulher diz, enquanto abraça o filho. — Você só tem que acreditar mais em si, não fique se pondo pra baixo e nem se comparando, eu sei que é difícil, mas você vai conseguir! Eu vou fazer de tudo pra te ensinar direitinho! Igual o papai fazia, lembra?

— Sinto falta dele… — Raven diz, enquanto se senta no chão. Sua mãe faz o mesmo e o trás para perto de si.

— Eu também sinto, meu amor. — Ela diz, com um olhar cabisbaixo. — Mas não estamos sozinhos, tá bem?

— Tá bem… — Ele responde, enquanto suspira. — Eu só não quero decepcionar ele! Pro Noah parece ser tão fácil, mas mesmo quando o papai me ensinava eu não conseguia!

— Olha, o seu irmão tem um talento especial, mas você não precisa se esforçar para ser igual ou melhor do que ele. Ray, você está melhorando e eu vejo isso, você ainda é jovem, independente de qualquer coisa, então tenha em mente que conforme você for crescendo, vai melhorando cada vez mais! Continue treinando, e verá os resultados, você não vai decepcionar ninguém, meu bem.

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Raven acorda de manhã com a respiração pesada, era mais um sonho, mais uma marca em seu corpo, a maldição não parava de se expandir.

Ele chegou a cogitar descer até o porão para conversar com Annie, mas se lembrou de dois pontos. Primeiro: Annie havia sido sequestrada, dessa vez por outro pirata, e segundo: Por que sentia vontade de conversar com a garota que iria matar? Ele não devia sentir isso, não sabia o porquê dele sentir pena da garota, aquilo não deveria acontecer.

Chegou a conclusão de que aqueles dias na ilha deixaram seu cérebro um tanto quanto bobo. O capitão então deixa aquilo de lado, ele passa as mãos em seu rosto, cansado e se levanta para começar mais um dia.

— Noah! — Raven diz, ao sair arrumado de seus aposentos. — Como estamos? Algum sinal do navio do Kenny?

— Ainda não, Ray…mas estamos nos aproximando de Lavander, falta apenas mais uma hora para chegarmos lá!

— Droga…espero que Cleef não tenha mentido para nós…

— Como está a maldição? — Noah desvia do assunto e questiona preocupado.

— Ruim… — Raven responde, sem conseguir olhar para Noah. — Está avançando mais rápido a cada dia.

— Não se preocupe, nós vamos trazer Annie de volta e resolver isso o mais rápido possível!

— Obrigado, Noah…

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Annie acorda com sua cabeça doendo, ela se levanta devagar do chão molhado do navio de Kenny, percebendo que haviam a colocado em uma das celas.