almoço familiar

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Nicolas Romania.

Ontem eu senti meu coração bater mais forte e diferente por causa de Caetano. Sua mão sobre minha cintura e a sua cabeça sobre meu peito. Não entendo muita coisa sobre amor, por nunca ter namorado com ninguém.

Me permito analisar seu rosto, senti sua respiração tranquila em meu peito, e percebo que em sua costela tem uma tatuagem, que eu nunca havia dado tanta atenção para tal, é uma lua com duas estrelas envoltas e decidi tocar em sua tatuagem e como reação Caetano se arrepiou com meu toque.

-Lindo, sou eu. -Falei. E nisso Caetano se aconchega mais em mim, como se fosse uma criança.

Sentimos batidas na porta.

-Mãe, eu estou transando. -Caetano falou sabendo que era uma de suas mães.

-Não você não está. -A Caetano disse, fazendo com que ele desgrudasse de mim. -Ninguém fala para as mães em que está transando.

-Dessa vez você bateu na porta. -Caetano falou subindo em cima de mim e saindo da cama.

-Pera, a Tia Ana já entrou em seu quarto enquanto você estava transando? -Perguntei, enquanto me levantava.

-Infelizmente já. -Tia Ana falou. -Bom dia queridos. -Tia Ana completou e saiu do quarto.

Caetano já vestido, usando uma bermuda e uma blusa mais grossa pelo frio que está fazendo hoje. O clima mudou drasticamente, pegou em meu queixo e me beijou.

-Bom dia, Lindo. -Caetano falou ao terminar de me beijar.

-Bom dia, lindo. -Falei e peguei uma roupa em seu guarda-roupa, um moletom amarelo e uma bermuda.

Ainda existia um sentimento estranho dentro de mim, e toda pequena ação realizada pelo Caetano ainda mexe comigo e começou a mexer mais agora.

E saímos de seu quarto sem nos tocar ou coisa assim, porque não era necessário.

A sala de estar da casa das mães de Caetano era um espaço aberto e cheio de sofás puffs e coisas para se sentar, já que Ana e Clarissa se sentem mais confortáveis assim.

Nossos amigos já tinham ido embora. E meus pais, tio Nanan, tia Gi e tia Vitória estavam ali.

Me sento ao lado da minha doda (Vitória) em uma poltrona, enquanto Caetano senta ao lado da tia Giovanna, sua madrinha.

Também tinha o pequeno Théo, que estava no carrinho perto da tia Giovanna e de Caetano. O bebê, que já estava entediado ou parecia estar, estendeu as mãozinhas para a Tia Gi.

-Tia, posso pegá-lo? -Caetano perguntou.

-Claro, querido, só um minuto. -Ela entregou um pano de criança para ele. E depois entregou o filho, que ficou na perna grossa de Caetano.

-Se ele ficar quieto em seu colo, eu te contrato como babá.

Théo estava brincando com os anéis de Caetano. A mão do mais velho estava sobre a barriga do bebê.

Os adultos estavam tomando vinho, percebo o olhar de Caetano para a bebida, mas ele sabia que não podia beber por conta de seu problema de saúde.

-Como foi a festa? -Tia Clapi perguntou.

-Foi legal, fui bem maduro e adulto ao negar tudo o que via. De álcool a cocaína. -Caetano falou. -Fiquei com algumas pessoas e voltei dirigindo.

-Sem nenhum remember? -Tia Ana perguntou.

-Não teve remember.-Caetano falou, provalvemente ele ia dizer mais alguma coisa mas ele passou seu olhar para mim. -Mas não quero falar sobre isso

Sem dizer mais nada, mas eu imagino que ele esteja falando de sua ex-namorada. 

Será se  ele ainda tem algum sentimento pela ex? E não quis falar por minha conta? Se Tia Ana perguntou, é porque já havia rolado remember.

O clima  na sala ficou um  pouco tenso depois dessa resposta de Caetano. Todos olharam para ele com curiosidade e interesse. Já que ele não especificou quem era  a pessoa.

-Vamos almoçar, eu acho o melhor.-Clarissa diz.

Obrigado por aliviar o clima, tia Clapi.

-Acho que o Théo dormiu-Caetano falou, tia Giovanna pegou o filho do colo e colocou no carrinho

-Obrigada por ter ficado com ele e ter feito ele dormir.-Tia Giovanna disse e abraçou o Caetano.

-Não foi de que, ele é  bem tranquilo.-Caetano falou enquanto estávamos indo até a mesa.

A mesa não tinha uma formação de lugares pré definidos, tia Caetano se sentou ao lado do meu pai e do Tio Renan, por exemplo, e  eu me sentei ao lado de Caetano e da tia Vitória.

O almoço era uma deliciosa lasanha preparada pelo meu popis. Uma comida em que todos podíamos comer e talvez uma de minhas favoritas.

Percebo que Caetano estava dando pouca atenção ao momento e mais garfando a sua lasanha do que comendo.

-Estava uma delícia popis.-Comentei enquanto comia. Acho que tirei Caetano de seus pensamentos

-Está mesmo, Tio Peu. -Caetano falou após sua primeira mastigada

-Vamos ganhar receita dessa?-Tia Vitória perguntou.

-Fico feliz que gostaram. Mas não vai ter a minha receita. -Tio Pedro  falou.

-Melhor mesmo. A última vez em que você compartilhou a cozinha daqui de casa quase foi queimada por colocar Caetano e Jão para cozinhar.-Tia Clarissa falou e aquilo gerou risada da gente, pois sabemos que eles não eram nada bem na cozinha.

Nosso momento familiar continuou preenchida por risadas e  histórias de nossos pais, Caetano falando de como eu dizia que eu era um pirata, e como eu fiquei com ciúmes por ele flertar com a vizinha.

Algo em mim ainda estava lá, era um sentimento confuso e quase irreconhecível por mim. Será se eu estou apaixonado por Caetano Caetano-Müller, o cara com quem eu cresci junto é que foi as minhas primeiras experiências.

Será que Caetano está disposto a entrar em um relacionamento comigo, e deixar o seu passado para trás, seus medos?

Essas dúvidas e incertezas permeavam meus pensamentos, mas eu sabia que só o tempo poderia trazer as respostas que eu procurava, ou conversar com pessoas experientes sobre o assunto: amor.

A vida de Nick Romania é Linda DemaisOnde histórias criam vida. Descubra agora