01. invasão e idiotice

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SARAH ESTAVA OLHANDO PARA dois cadáveres suspensos por ganchos de carne. Haviam cortes sangrentos em suas gargantas e os rostos pálidos estavam manchados de sangue seco, mas ainda aterrorizados.
Suas expressões assustadas e as marcas de dentes em seus pescoços indicavam uma coisa: vampiro.

Ela estava ferrada, muito ferrada.

Sarah tinha visto uma notícia no jornal sobre corpos drenados com marcas no pescoço e pensou em aparecer, porque, na cabeça dela, talvez o seu pai estivesse caçando aqui, ou talvez os Winchester estivessem.

Ela não poderia está mais errada.

Ainda há vampiros nesta cidade e ela está completamente sozinha para lidar com eles, talvez ela não deva se arriscar. Precisa encontrar Pietro, e não dar uma de salvadora da pátria.

Sarah Foster não gosta de vampiros, monstros frios e sanguinários, espécie responsável por deixá-la sem mãe. Espécie responsável pelo seus pesadelos à noite. Pobre pequena Sarah, só queria sua mãe de volta.

Pietro não a criou para virar uma caçadora, sem lar, sem emprego e sem família, indo atrás de qualquer coisa sobrenatural. Ele a criou para se defender, apenas para isso. Viver sua vida normal, com um emprego normal, amigos normais e até mesmo um namorado normal. Seu pai a criou para que finja que nada disso é real até que um apareça na sua frente.

Sallie — como sua mãe a chamava quando criança — encarou mais uma vez o homem e a mulher mortos na sua frente, pensando que se talvez ela tivesse chegado um pouco mais cedo, eles poderiam estar vivos. Outra parte dela pensava que não havia nada que pudesse evitar a trágica morte deles, que isso não era problema seu.

Ela deu as costas para eles e caminhou até o lado de fora do celeiro, torcendo para o seu carro alugado ainda está ali, para a sua sorte, ele estava.

Sarah entrou no carro, arrependida de ter ido até ali e com medo de algum sanguessuga voltar.

Que merda eu tô fazendo?, ela pensou.

Ela deveria está em casa, com Morgan, estudando para as provas da faculdade, não aqui, nessa cidade esquisita, procurando pelo seu pai, completamente sozinha.

Vir para Cleveland foi um erro. Um erro dos grandes.

Vampiros? Não é para ela. Outra pessoa virá aqui e acabará com eles.

𖤐

Dormir em uma cama de hotel barato na beira da estrada não era lá a melhor coisa, e acordar com a camareira batendo na porta é pior ainda.

Sarah só tinha uma vontade: socar a cara da camareira.

— Serviço de quarto!

Serviço de quarto é o caralho, moça. Ela só queria dormir.

Sua noite foi péssima por causa do colchão desconfortável e dos rostos aterrorizados das pessoas mortas no celeiro aparecendo na sua mente direto. Ela não estava assustada ou nada do tipo, só que ela sentia culpada por não tentar pegar as coisas que os mataram e vingá-los. Ela não deveria se sentir assim, mas não conseguia evitar.

Sallie abriu a porta e uma mulher morena com a expressão nem um pouco agradável estava parada lá, com as mãos no carrinho de limpeza.

— Precisa de serviço de quarto? — ela perguntou. Pela sua expressão, dava para perceber que ela queria está em qualquer outro lugar, menos ali.

— Não, obrigada.

Sarah forçou um sorriso, não por vontade própria, só por educação mesmo. Ela não estava feliz, na verdade, estava muito irritada. Seu pai some com um tal de John Winchester, deixa apenas uma carta com nenhuma informação além disso e dos irmãos caçadores, duas pessoas morreram e ela não fez nada para impedir, está dormindo em um motel barato e provavelmente perderá a vaga na faculdade.

𝐁𝐚𝐝 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 - Sam WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora