DEPOIS DE DESCOBRIR a verdade por trás do caminhão racista e do seu dono, Cyrus alguma coisa - Sarah não se deu o trabalho de decorar o sobrenome daquele sujeito -, ela estava mais furiosa do que nunca. Pensar que ele matava pessoas apenas por terem a cor de pele diferente da sua era abominável. As pessoas podiam ser más se quisessem, e Cyrus queria ser.
A Sra. Robinson estava tão abalada com toda aquela situação que era difícil para Sarah olhar para ela sem querer tomar a sua dor para si.
Foster não culpava Martin por ter se defendido e ter dado o fim que Cyrus merecia, na verdade, se ela tivesse feito direto ao invés de enfermagem, ela poderia, com toda certeza, afirmar que a ação de Martin era o Art. 25 do código penal: legítima defesa.
Talvez ela realmente não entendesse tanto assim sobre leis, mas se perguntasse para Sammy, era provável que ele confirmasse sua tese.
Sallie olhou para o céu escuro daquela cidade pequena com um passado tão horrível em busca de estrelas, mas não viu nenhuma. Desde que começou a caçar com os meninos, ela observara todos os céus de cidades pequenas em que eles passavam, admirando as constelações e fazendo pedidos a estrelas cadentes.
Em Miami Sarah não conseguia ver as estrelas com muita frequência, apenas quando ia para longe dos prédios e das luzes, o que era triste, já que ela amava as estrelas brilhantes porque era uma lembrança de Emilly. Era como se ver as constelações e olhar por tempo o suficiente para elas conectasse as duas, que estavam em mundos diferentes, planos diferentes.
Sarah olhava para as estrelas imaginando que Emilly estivesse em meio a elas, observando sua filha de longe.
Se alguém lhe contasse que aquilo não passava de uma ilusão que ela criou para escapar do luto, talvez ela chorasse como uma criança chora quando descobre que o Papai Noel não existe, ou que quem na verdade troca os dentes de leite por dinheiro são os seus pais.
Desistindo de olhar para o céu limpo, ela mirou os olhos em Sam, que estava se queixando sobre o trabalho.
── Ai, a minha vida era tão simples ── disse ele, fazendo um drama que não era tão usual da sua parte. ── Só faculdade, provas, textos sobre normas da cultura policêntrica.
── Normas do quê?! ── esbravejou ela, se perguntando se realmente ouviu aquela palavra saindo da boca dele.
── Cultura policêntrica? ── Sam a olhou, sua expressão dizia: como você não sabe o que é isso?
── E eu deveria saber o que isso significa?
── É uma conjuntura legal em que provedores de sistemas jurídicos competem...
Dean se encostou no carro ao lado dela e cortou o assunto dos dois.
── Ninguém liga para o que isso significa. Você é um nerd e tanto, e daí? O que importa é que eu salvei você do tédio da existência.
── Às vezes sinto saudades do tédio ── disseram os dois em uníssono, como se estivessem interlagos de alguma forma. Como se lessem o pensamento do outro.
Na verdade eles apenas sentem a mesma coisa: a saudade da faculdade, da vida fácil de jovem adulto, de sair com os amigos e de estudar até tarde.
Sarah sentia principalmente falta do seu pai, de voltar para casa em alguns fins de semanas e fazer maratona dos filmes do Jackie Chan e comer comidas típicas de vários lugares diferentes. Aquela era uma tradição entre eles, sempre marcavam um fim de semana em que Sarah não estivesse muito ocupada com a faculdade para ela voltar para casa para eles pedirem comidas típicas. Cada fim de semana era a comida de um país diferente. Sallie sentia falta daquilo.
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𝐁𝐚𝐝 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 - Sam Winchester
Fanfiction𝐁𝐀𝐃 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 | ೃ⁀➷ ׂׂૢ 𝐒𝐀𝐑𝐀𝐇 𝐅𝐎𝐒𝐓𝐄𝐑 𝐄𝐒𝐏𝐄𝐑𝐀𝐕𝐀 𝐓𝐔𝐃𝐎, menos o sumiço do seu pai, o único parente que ainda a restava. Havia se passado duas semanas desde que seu pai saiu para "pescar" e, desde então, Sarah não ouviu notícia...