17. cura e ceifador

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ELA PISOU NA LAMA com suas botas pretas, desejando ter comprando galochas para usar naquela cidade. Olhou para os próprios pés, vendo-os completamente sujos.

— Fala sério — murmurou, batendo a porta do carro e andando a passos pesados e largos pela lama.

Sam andava na frente com Dean, que estava reclamando por ter sido enganado. Era óbvio que ele não iria acreditar naquele papo de curandeiro, ele tinha as crenças mais limitadas do que Sarah em respeito àquilo.

Haviam diversos tipos de pessoas lá. Sarah fez uma careta para um homem que discutia com a polícia a respeito dos "poderes" do reverendo.

Quando alcançou os irmãos, Dean estava sorrindo para uma loira na entrada da cabana.

— Aposto que os caminhos dela são misteriosos.

Sarah levantou a sobrancelha para o comentário típico do Dean. Ela fechou o zíper da jaqueta, escondendo sua camisa com estampa de caveira e entrou na cabana com os irmãos ao seu alcance. Dean e ela queriam sentar atrás, mas Sammy os conduziu para a frente, onde, por sorte, haviam três lugares vazios.

Sam insistiu para Dean sentar-se na ponta. Sarah tentou não olhar para todas as pessoas sentadas naquele lugar, todas esperando por um milagre. Todas buscando pela cura para algo que a ciência não conseguia resolver.

O curandeiro subiu ao púlpito e todos presentes no local se animaram em esperança.

— Toda manhã a minha mulher, Sue Ann, lê as notícias — começou o discurso e Sarah se ajeitou no banco, meio desconfortável. — Nunca são boas, não é?

Todos no lugares concordaram. Pelo menos isso ela sabia que era verdade: nunca havia notícias boas nos jornais ou nos sites.

— Sempre tem alguém cometendo algum ato imoral e inominável. — A multidão concordou mais uma vez. — Mas eu digo a vocês: Deus está vendo.

Ele continuou falando um monte e Sarah só conseguia prestar atenção em todas as pessoas que concordavam com ele e o admiravam. Ela observou o palco, vendo uma espécie de cruz com outra cruz em cima. Aquilo lhe chamou atenção, nunca havia visto esse tipo de crucifixo antes.

— Direto nas carteiras.

O comentário idiota de Dean chamou a atenção tanto dela quanto do curandeiro, que falou algumas coisas antes de o chamar para o palco. As pessoas aplaudiram, mas ele se recusou a ir.

— O que que cê tá fazendo? — perguntou Sam.

— Você quer ser curado, não quer?

Dean estava visivelmente desconfortável. Mas ele precisava ir, precisava mesmo.

As pessoas o encorajaram a ir, mas ele negou outra vez, dizendo que o curandeiro poderia escolher outra pessoa.

— Não... — o reverendo estava com um sorriso no rosto, achando a situação engraçada. — Não sou eu quem escolho, Dean, é o Senhor.

E todos riram. Sarah realmente tentava entender o humor em sua fala.

Quando o Winchester subiu ao palco, o homem colocou uma mão em sua cabeça e levantou a outra. Dean fechou os olhos e depois caiu no chão. Sam e Sarah correram até ele, enquanto todos aplaudiam e gritavam: foi curado!

— Dean! — chamou Sarah.

E assim que ele abriu os olhos, sua expressão era de puro pânico.

𖤐

Ela encarava Dean com curiosidade, ele realmente parecia bem. Parecia que nunca havia ficado doente. Sam estava com um sorriso no rosto, seu irmão não iria morrer, afinal.

𝐁𝐚𝐝 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 - Sam WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora