20. desafio e pensamentos

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SENTADOS NO DEGRAU da escada, eles assistiram Dean partir no Impala. Uma coisa eles tinham certeza: ele estava indo ver Cassie.

Era óbvio o sentimento que ele ainda sentia por ela, e vê-la só tinha o trago a tona outra vez. Como um balde de água fria sendo despejada na cabeça dele. Eles não faziam ideia do que tinha acontecido entre eles e nem como, mas sentiam que algo estava incompleto. Que a história não havia tido um capítulo final ainda. E, se Dean quisesse chegar ao epílogo, precisaria pôr um ponto final no último capítulo da sua história com Cassie.

Não é fácil superar alguém que você realmente amou, mas se você sabe que não vai dar certo, precisa fazer esse sacrifício.

Uma frase clichê que Sarah leu em algum dos muitos se lidos por ela: te amar foi o meu primeiro ato de coragem na vida. O segundo é te deixar partir.

Ela sentiu isso algumas vezes na vida. Quando Emilly morreu, quando o seu gato Bowie também morreu e quando precisou se mudar para a irmandade porque ficava mais perto da faculdade do que a casa de Pietro. E ela sentia, sabia, que Dean também já tinha sentido aquilo antes, mas ele precisava sentir de novo. Precisava sentir porque sabia que por mais que ele amasse Cassie, e ela também amasse ele, não iria funcionar para nenhum dos dois. Porque a vida é assim, essas coisas acontecem, e infelizmente é algo que não conseguimos mudar.

── Então, ele vai fazer isso do jeito dele, não é? ── Sarah cutucava o tecido solto no rasgo de sua calça jeans, observando o carro sumir na escuridão da noite.

── É, com certeza. Uma última vez antes de partir parece mesmo o tipo dele.

Ela riu e abraçou o próprio corpo, sentindo a brisa gelada a atingir.

── Enquanto isso, nós dois estamos parados nesse frio feito idiotas. Vamos entrar.

Em um impulso, Sallie se levantou e estendeu a mão para ele se levantar também. Sam aceitou, tendo em mente de que ela não iria ajudá-lo a se levantar - não conseguiria, mesmo se quisesse.

── Vamos ficar parados feito idiotas no quentinho do quarto, então? ── agarrou a mão dela e se levantou. Os dois seguiram para o quarto do hotel.

── Isso mesmo, Sammy.

Sarah bateu a porta e vasculhou a sua mente, procurando ideias do que fazer. Ela quase nunca ficava tanto tempo sozinha com Sammy, só com Dean, então era de se esperar que ficasse um pouco tímida, por assim dizer.

Ela observou o quarto com os olhos, procurando algo interessante para fazer, mas nada apropriado vinha a sua mente. Sammy se debruçou em sua cama, começando a ler um jornal local sobre a morte de Jimmy. Foster revirou os olhos para a obsessão dele; uma coisa era investigar, outra coisa totalmente diferente era investigar ao excesso. Não era justo que, enquanto Dean estava fazendo Deus sabe o que com Cassie, eles ficassem investigando a noite toda. Andou até ele e puxou o jornal de suas mãos.

── Olha aqui, nada de passar a noite investigando. Hoje não. ── ele levantou o olhar para ela, sem entender.

── E o que você pretende fazer, espertinha?

Segurou o jornal ao lado da cabeça por um tempo, enquanto um sorriso ladino surgia no seu rosto, que se iluminou inteiro.

── Acabei de lembrar daquela desafio, querido.

Parece que ela vai entrar no jogo dos apelidos, então.

Sammy riu, mas um medo genuíno surgiu em seus olhos. Ele não tinha ideia do que ela era capaz e foi criado para temer o desconhecido, logo o seu medo era válido.

𝐁𝐚𝐝 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 - Sam WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora