Capítulo 8

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— Okay, Scooby, ajude seu pai. — ele levantou a cabeça da cama e me olhou — Azul ou branca por baixo?

Não é como se eu esperasse ele responder, eu sei. Mas depois de morar um tempo sozinho e ter adotado um cachorro, falar com ele era melhor do que falar com ninguém.

Apesar disso, ele latiu.

— Eu não vou perguntar ao Steve o que eu devo vestir, não dependo dele pra tudo. E não retruque.

E eu realmente não dependia. E também não iria mandar mensagem, já que a resposta dele a minha empolgação ao encontro com Natasha foi:

“Compre camisinha!! Eu só sou pai porque esqueci de usar.”

E não é como se eu e Natasha fôssemos transar, certo? Não é que eu não queira. Vai depender de como essa noite terminar.

Se não transamos, ok. Mas se sim... As camisinhas já estão na gaveta.

Mas, pra usá-las, eu precisava pelo menos ir pro encontro e não podia ir de toalha.

— Já que você não me ajuda, vou decidir sozinho. — peguei a blusa branca e a azul e fui alterando entre elas no espelho — Sua tia sempre diz pra eu valorizar meus olhos, mas não quero parecer tão óbvio indo de azul. — pensei mais um pouco — Eu não consigo eviatr não ir de azul. Vou com ela.

Scooby me olhou como se dissesse “Eu sabia, humano tolo”, mas resolvi ignorar.

Vesti um casaco da mesma cor e uma calça que puxava mais pro azul escuro. Ah, qual é, eu realmente fico bem de azul, não tenho como negar.

Passei meu perfume, coloquei meu relógio e amarrei meu tênis. A campainha tocou antes que eu tivesse a chance de ficar nervoso e Scooby latiu sem parar, reconhecendo quem era.

— Scooby, calma! Não sei por que você tá nessa afobação, quem vai sair sou eu. — peguei a chave e ele grudou na porta — Cadê sua paciência, garoto?

— Oi, boa noite.

Ela estava linda. Natasha é linda e sabe muito bem disso. E ela tinha total conhecimento de como me deixava perdido quando usava azul. E por Deus... Eu precisava dizer que ela tinha acertado pra caramba na cor. Natasha está se saindo muito bem tentando me reconquistar.

— Oi, você está linda. — retribuí seu sorriso e me virei pro cachorro caramelo ao meu lado— Diz para ela que está linda. — ele não diria, mas ela riu. E eu gostava disso.

— Obrigada, você está lindo também — ela retribuiu o elogio e fiquei feliz. Ela sabia dos efeitos que usar azul me provocava, mas eu também sabia o que causava nela. — E oi Scooby, senti saudades. — Natasha disse, se abaixando pra acariciar o cachorro que se faz de carente, mas na verdade, é super mimado.

— Tentei ficar à sua altura, acho que consegui.  Bem, entra, Scooby. Hora de dizer até logo. Vem, garoto. — bati de leve em sua bunda e apesar de não querer, foi pra dentro — Eu volto logo, prometo.

Um pai cuidadoso, eu diria.

— Pedi um uber para a gente. Quero fazer uma surpresa para o lugar onde vamos. — Natasha disse ficando de pé e eu não pude fazer nada além de aceitar; ela tinha me chamado pra sair, logo ela deveria ditar onde e como iríamos até o lugar.

— Você quem manda. — tranquei a porta e depois me rendi. Hoje a responsabilidade é dela. — Surpreenda-me.

Não é muito difícil, confesso. Mas, comecei a pensar nos lugares que ela poderia me levar. Eu estou aqui há um ano; ela, a menos de uma semana. Não posso dizer que conheço BH por inteiro, mas ao meu redor e os cartões postais mais famosos? Eu falo sério quando era quase um cidadão belo horizontino.

You're Losing MeOnde histórias criam vida. Descubra agora