Mais um dia doze se passava, me obrigando à risca-lo do calendário. Não um dia doze qualquer, sem importância;
Era o doze de junho.
O famoso dia dos namorados no Brasil. O dia que vim pra cá, que tinha culminado no meu término.
O dia também que revi Natasha.
E o mesmo que um ano depois, eu organizava uma pequena surpresa pra mulher que já foi minha ex, hoje é minha atual e é meu futuro.
Combinei com a minha vizinha e estava tudo certo. Marquei pra Scooby ir tomar banho no pet shop junto com Cosmo e assim que Natasha saísse, Diana colocaria a surpresa lá dentro.
Seria perfeito.
Infelizmente, o dia doze não era feriado — o que me fez levantar da cama mesmo não querendo —, então eu tive que vir trabalhar.
O frio esse ano estava batendo na porta mais cedo, o que me obrigou a pedir um orçamento para instalarem aquecedores por todo prédio, assim ninguém precisaria trabalhar como se tivesse pegado todas as roupas do armário.
Eu estava na mina sala, dividido entre mandar mensagem pra Diana se tinha dado tudo certo e controlando minha vontade de pegar minhas coisas e ir pra casa. Faltava tão pouco...
Minha porta foi aberta abrrutamente e só me faltou dar um pulo na cadeira do susto que tomei.
— Ei, você. — Natasha apareceu no meu campo de visão, apontando o dedo pra mim, vestida pra matar com um casaco que ia até suas pernas e eu tive outro ataque cardíaco. Os cabelos um pouco maiores do que o ano passado e uma energia totalmente diferente. Ela estava bem mais feliz, assim como eu. — É dia dos namorados, não deveria estar trabalhando e sim me fazendo companhia na cama.
— Por Deus, Natasha. — comentei levando a mão no coração. Um dia, essa mulher ia ser a causa do meu ataque cardíaco. — Eu poderia estar numa reunião, sabia?
Ela sorriu com segundas intenções e andou até mim, ficando atrás da minha cadeira.
— Mariana disse que você não tinha nenhuma marcada para hoje. — Natasha me abraçou e deixou um beijo carinhoso no meu pescoço.
— Mas eu poderia estar em uma ligação. — agradeci por não estar e por não ter nenhum compromisso importante hoje na empresa. Como me concentraria no meu trabalho com ela do meu lado? Por isso que eu não trabalhava em casa.
— Mariana não me disse que você estava aqui. — a puxei pelo braço e ela sentou no meu colo — Tá andando de segredinhos com a minha secretária?
— Com certeza, ela me mantém atualizada. — ela riu exibida e eu apertei sua coxa, franzindo a testa. — Falando sério, quando vai poder sair daqui?
Ela voltou ao tópico que começou quando invadiu minha sala como se fosse a dona do lugar e eu sorri.
Depois de um ano juntos no pós um ano separados, eu e ela aprendemos muita coisa. Choramos muito, sofremos muito; eu e ela somos muito diferentes em muita coisa, mas sempre tivemos o mesmo objetivo em comum: ficarmos juntos.
Fizemos muita terapia. Até hoje, aliás. Conversamos muito, eu e ela com os psicólogos, separados e nós dois juntos.
Mas eu faria tudo de novo.
Eu sou feliz com Natasha e ela é feliz comigo. Aprendemos a valorizar a própria companhia, a entender nossos limites, defeitos, traumas e qualidades pra que pudéssemos juntar tudo e dar ao outro somente a melhor versão de nós mesmos.
Natasha me olhava esperando uma resposta. Eu estava perdido em admira-la, como se fosse a primeira vez que eu a visse.
Tirei minha mão da sua coxa e coloquei uma mecha ruiva atrás de sua orelha, como se estivesse colocando um cristal na prateleira mais alta. Natasha é linda e eu sou extremamente afortunado de tê-la ao meu lado todos os dias.
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You're Losing Me
Short StorySteve Rogers já tomou muitos baques da vida, mas ele nunca esperou adicionar o da noiva a conta. Ex noiva, aliás. Por causa da proposta de emprego, Steve vai para o Brasil, onde tenta recomeçar sua vida sem as sombras do passado que o perseguiam dia...