capitulo 23

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Sabe aquela sensação de se sentir no lugar errado, na hora errada e com as pessoas erradas. Então, é isso que eu sinto quando vejo Sam. E eu odeio me sentir assim. Tão fragilizada e sem escolhas, penso que talvez possa o atacar com algum feitiço de surpresa, mas logo desisto da ideia. Ele é idiota de mais para que eu gaste uma gota de  magia.

- o que você quer?- falo adando até o estojo e guardando meu violino.

- De você?, nem uma bolacha- ele diz andando até a poutrona mais próxima e se sentando.

- aii, assim você me mágoa- falo em um tom falsamente triste.

- você tem sentimentos cobrinha?- ele diz com sua voz ácida.

- tss- reviro meus olhos e o encaro seriamente- não use esse apelido.

- porque? Só o Tom pode te chamar assim?- ele fala com um sorriso bobo no rosto.

- não, mas só ele sabe usar na hora certa- falo com um tom malicioso e sorrio para Sam. O mesmo me encara com um olhar de nojo e revira os olhos.

- vocês são nojentos- ele diz se acomodando ainda mais na poutrona- mas não vim falar disso hoje.

- então o que você veio dizer, vossa alteza- faço um gesto de reverência e Sam dá uma risada fraca.

- quero saber o que você sente por Tom, Raquel- meu corpo congela- eu sei que você gosta dele desde o primeiro ano de Hogwarts.

- que surpresa- solto um resmungo- não  vou lhe contar nada do que sinto Sam.

- e porque?- ele diz com uma sobrancelha arqueada.

- você ainda pergunta?- sinto meus nervosos se destabilizarem e minha raiva guardada se manifesta- eu nunca fui próxima a você não somos amigos e tão pouco temos qualquer grau de intimidade para que possamos falar sobre os meus sentimentos.

- e isso importa?-ele pergunta se levantando e vindo até mim- só lhe fiz uma pergunta e quero que a responda com sinceridade.

Me encolho um pouco me assustando com seu tom agressivo e sua raiva, mas logo me recupero e o encaro. Olho bem em seus olhos e tento acalmar minha respiração para pronunciar as próximas palavras mais dolorosas que saem da minha boca.

- eu não amo Tom- a mentira sai de meus lábios tão facilmente que me assusta- só o vejo como um amigo e se você voltar a me perturbar com essas perguntas vou me certificar que não abra mais a boca pelo resto de sua vida imunda.

  Sinto o arrependimento invadir meu ser, e começa a me perguntar o do porque mentir assim quando a verdade não para de invadir minha mente e meus pulmões. Pego o estojo do violino e viro as costa para Sam. Ando em passos pequenos e desmotivados me sentindo uma garota suja e mentirosa.

- não importa o que você diga Raquel- Sam começa a falar e eu paro de andar- e quantas mentiras conte a você mesma, mas seus olhos sempre dirão outra coisa quando verem Riddle.

Ouço seus passos pesados e enraivecidos se distanciando e ele subindo as escadas, me deixando sozinha. Com minhas mentiras e minha mente, que é mais letal a eu mesma do que qualquer comensal da morte seria.

Não sei ao certo quanto tempo fico parada, mas quando volto ao meu quarto tudo está ainda pior do que poderia ficar.

- Raquel- isa diz apontando para mim- ali está ela.

- você soube da novidade- Nanda diz toda animada e com uma voz maldosa.

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Ainda tenho leitores? Se tiver amo vocês ♡

O Engima Das Cartas °Tom RIDDLE°Onde histórias criam vida. Descubra agora