Pov: RaquelNão consegui ir as aulas hoje, só de pensar em ter que encarar minhas 'amigas' não suportei a ideia e acabei me acorvadando. Então depois que tomei meu banho fui até a enfermaria e fingi estar passando mal, o que me rendeu um dia inteiro de 'repouso'.
Depois que o primeiro sinal tocou indicando o início das aulas, peguei minha varinha e uma pequena mochila saindo rumo a floresta. Sei muito bem que não deveria sair por aí andando pela floresta, ainda mais depois do idiota do Will que quase me estrupou, sou grata ao Tom por ter aparecido naquele dia, mas desde então sempre que posso ando praticando como me defender sem magia e estudando feitiços rápidos que possam me ajudar em qualquer situaçãode perigosa. Afinal não posso contar sempre com o Riddle, porque eu sou tão descartável quanto um papel mal utilizado.
Tento espantar esses pensamentos, mas é assim que eu me sinto. E sempre me senti.
Não me lembro quando meu corpo se tornou um problema, só me lembro de que não me sinto confortável nele a muito tempo. Paro de andar e coloco minha mão no meu peito, sinto um aperto crescer, e minha visão se embaçar e então percebo o que está acontecendo, estou caindo naquele abismo de novo. O lugar escuro de onde sai e que demorou tanto tempo para que eu encontrasse a luz, o lugar a onde não existe esperança ou amor, o espaço em que eu pertenço...
O silêncio que me preenche é praticamente enlouquecerdor, se eu pudesse acabaria com isso logo, mas sempre tento me dar motivos para continuar. Só que depois de hoje, depois do que Isa disse, não sei como posso continuar.
Estou sozinha.
Eu não tenho mais ninguém.
Nem amigas.
Sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e forço um passo para frente, mas é como se minhas pernas estivessem paralisadas. Então fasso o que sempre me ajudou nessas horas, eu corro.
Corro o máximo que consigo, cada vez que sinto aquele aperto no meu peito aumentar e dou passos mais longos mal sentindo minha propia respiração, vou seguindo neste ritmo suicida até que vejo o motivo que me trouxe até essa floresta sem vida.
O lago.
Jogo minha mochila em qualquer canto e tiro meu sapatos apressadamente sem me importar muito em tirar minha roupa, entro no lago sem demora e começo a nadar o mais fundo que consigo e quando vou perdendo o ar volto a superfície. Repito esse processo repetidas vezes e quando me canso deixo meu corpo boiar nessa água fria.
Fecho meus olhos e penso no passado, quando tudo começou a ser tão estranho? Não sei bem, sempre tive a sensação de não pertencer ao mundo bruxo e quanto mais eu cresço me sinto assim fora de contexto, como se minha existência estivesse errada. Como se eu fosse errada, em algumas partes eu me ódio por ser tão impertinente ao ponto de invejar os trouxas e suas vidas simples. Eu me lembro muito bem da sensação de amar conviver com as crianças trouxas, até que tive que vir para Hogwarts e tudo mudou.
Lembro-me de ser feliz. E faria qualquer coisa para ser assim de novo, antes de cido escolhida para sonserina tinha ao menos o amor dos meus pais, mas depois...eu me tornei uma desonra para todos.
Abro meus braços e me permito esquecer tudo ao meu redor e me lembro de algo.
Tom ainda não solucionou o último enigma. Esse pequeno fato me faz rir, para ser sincera esperava que Tom já tivesse descoberto sobre mim a algum tempo, mas fico feliz por ele não ter descoberto, assim posso continuar me divertindo um pouco.
Uma lembrança vem a minha mente, o último enigma era sobre a flor do cantigo da floresta. Se ele a achasse quando a tocasse a flor cantaria com a voz da pessoa que ele ama, mas caso se ele tocasse na flor junto com alguém que estar apaixonado profundamente a flor brilharia sem parar e começaria a desabrochar. A próxima carta que fiz para ele só vou entregar quando ver com meus próprios olhos que ele conseguiu achar a flor, e bom pelo jeito vai demorar.
Solto uma risada baixa e começo a nadar até a margem do lago . Procuro minha mochila e tiro um vestido azul de lá, pego meus sapatos mas não os coloco e vou andando até o bosque onde a flor se esconde. Acabei descobrindo por um acaso sobre o esconderijo da pequena florzinha.
Sempre gostei desde criança de explorar a floresta, e em uma destas explorações acabei me perdendo e por um acaso achei a florzinha. Assim que me aproximei dela eu me lembro de ter ouvido a voz do Tom, naquela época não conhecia direito a lenda e também não entendi, mas tendo o conhecimento de hoje eu entendo que...desde aquela época eu estou apaixonada por ele.
Caminho por longos minutos e durante o percurso vou pegando algumas flores, vejo o campo a onde está todas as quelas pequenas flores do cantigo. me deito ali e fecho meus olhos aproveitando o sol.
◇◇◇◇◇◇
Abro meus olhos e a primeira coisa que percebo é que já está escuro e que eu já deveria ter voltado ao meu dormitório a muito tempo. Me levanto com pressa e vou recolhendo minhas coisas até que percebo que não estou achando minhas flores, vou as procurando ao redor até ouvir uma voz zangada e áspera:
- procurando por isso cobrinha.
◇◇◇◇◇◇
Obrigada por lerem.
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O Engima Das Cartas °Tom RIDDLE°
FantasyRaquel é uma jovem Bruxa de 15 anos que está cansada de esperar apaixonadamente por Tom e decide tomar uma atitude. Ela comessa a mandar enigmas para o mesmo decifra-los e com isso trás uma grande história de amor. Está história se passa em...