01 - Vou fazer diferente.

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Era mais um dia como os outros, seguindo nossas rotinas. Eu iria pra escola, meu pai ia para sua academia de luta e minha mãe pra sua empresa.

Eu já estava cansada de ficar indo pra aquela merda de escola, onde todos me olhavam torto ou apenas nem sabiam da minha existência.

Apesar de não gostar de ir a escola, eu sempre me divertia com minha amiga. Mas, preferia me divertir em casa mesmo, como apenas ficar deitada fazendo vários nadas.

— Tchauu. - Alya me abraçou se despedindo.

— Tchau. - Sorri amigavelmente. — Até que hoje a aula passou bem rápido.

— Graças a Deus. - Ela gargalhou. — Bom, até amanhã. - Ela acenou e virou as costas para seguir seu caminho.

Fui para minha casa, quando eu cheguei, como sempre, meus pais não estavam em casa. Tomei meu banho, almocei e deitei no sofá.

Fiquei assistindo Cobra Kai por um tempo, até que alguém entrou em casa.
Me levantei rapidamente, quase tendo um treco,mas logo percebi que era meu pai.

— Nossa pai! Que susto. - Deitei no sofá de novo rindo de mim mesma.

Oi filha. Foi mal, mas por que deixou a porta aberta ein?! Já falei pra trancar a porta.

— Ah, eu esqueci. Mas o que tá fazendo aqui? Não devia tá trabalhando? - Perguntei curiosa, pois meus pais costumavam chegar só mais tarde do trabalho.

Vim aqui só pra trocar de roupa. - Encarei-o confusa . — Abriu as inscrições para o campeonato regional e eu tenho que nos inscrever. - Ele subiu rapidamente e em questões de poucos minutos ele voltou mais arrumado.

Ta parecendo um homem de negócio. - Falei fazendo-nos rir.

— Preciso recuperar nosso prêmio que perdemos ano passado por aquele...  - Meu pai ficou com uma expressão de raiva.

Esquece isso, pai. A gente vai vencer e recuperar nosso prêmio.

— "A gente" ? Então quer dizer que vai voltar a lutar? - Sua expressão de raiva sumiu, dando lugar a um sorriso.

Não foi isso que eu quis dizer. - Neguei com a cabeça fazendo meu pai suspirar.

Mas sabe que é bem vinda lá. Precisamos de mais meninas, só temos duas, e você é a melhor, puxou ao seu pai. - Ele piscou um olho.

Valeu pai, mas não tô afim. Faz, sei lá, três anos que não luto

— Tá bom, tá bom. Mas se mudar de ideia, sabe onde ir. - Ele saiu, mas logo voltou. — E tranca a porta. - Saiu novamente.

Me levantei sorrindo e tranquei a porta. Voltei a assistir a série, mas não consegui me concentrar lembrando dos momentos em que meu pai me ensinava a lutar boxe quando eu era pequena.

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Flashback on

— Vai filha, se concentra. Direita, esquerda, direita e abaixou. - Meu pai usava um aparador de soco. Enquanto eu, usava luvas enormes do meu pai. — Pronto, vamos descansar.

Me sentei no tatame, suada e cansada.

— Um dia, você vai ser a melhor lutadora da região. - Papai falou sorrindo sentado em minha frente.

Por que não abre uma "escola" de luta, papai? - Perguntei

Ele ficou pensativo.

— Você vai ser minha aluna?

Enemy Families - Javon WaltonOnde histórias criam vida. Descubra agora