18 - Posso te acompanhar?

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-Madison-

Cheguei lá, Javon já estava sentado em uma mesa me esperando.

Me aproximei e sentei em sua frente. Eu estava muito nervosa com tudo aquilo, expliquei para minha mãe no caminho sobre o que ele tinha escrito pra mim. Ela me aconselhou, mas naquele momento eu já tinha esquecido de tudo.

— Eu não te entendo. - Foi a primeira coisa que eu falei enquanto ele me olhava apreensivo.

Que?

— Por que? Por que tinha que escrever aquilo. - Por mais que eu tentasse me controlar pra não falar tudo que vem na minha mente e ficar mais calma, eu não conseguia.

Eu disse que queria saber como você tava. - Javon falou como se fosse algo óbvio.

É isso que eu não entendo. - Eu olhava fixamente em seus olhos. — Desde quando se importa? Você não precisa saber como eu estou.

— Você leu a carta?! Porque eu disse, que não sabia desde quando isso tinha começado. Eu só sinto. - Ele suspirou fundo. — Olha, Madison. Eu não vim pra discutir. Eu só quero saber sua resposta.

— Javon, eu estou ótima. Nunca estive tão feliz. Depois de tudo aquilo, tudo ficou melhor. Eu passei a dar mais valor na minha família, amigos e principalmente na luta, que nunca imaginei que fosse algo que eu realmente amo e só percebi quando eu perdi.  - Eu encara ele sério.

O garoto me olhava com um olhar indecifrável com uma expressão séria.

Era só isso? - Perguntei já querendo sair dali.

— Não sentiu nenhuma falta de nossas conversas? - Sua pergunta parecia sincera.

Não. - Imediatamente ele desviou o olhar com uma expressão mais séria ainda. Confesso que me arrependi de mentir para mim mesma e para ele. — Quer dizer, desculpa. Não foi isso que eu quis dizer. - O mesmo voltou seu olhar à mim. — Senti falta de sua companhia. Eu tentei esquecer você, e consegui. E você deveria fazer o mesmo, pro seu bem e pro meu. Eu não quero perder aquilo de novo.

— Foi fácil? - O garoto me perguntou com um tom de voz irritado.

Não. As pessoas continuavam falando sobre você em minha frente. - Peguei a carta e coloquei sobre a mesa. Empurrei a carta para ele pegar. — Não faça isso de novo.

Ele ficou encarando a carta.

— Amanhã me diz como você tá. - Ele pegou a carta.

Que isso, garoto?! Quer um relatório todo dia de como estou me sentindo? - Perguntei irritada.

Não é uma má ideia. - Ele sorriu.

— Javon, entenda. Eu NÃO quero mais te ver, eu NÃO quero mais falar com você e nem quero ouvir falar de você. - A consequência de minha irritação foi minha dureza na hora de falar. — Eu já falei, eu já te esqueci. E você deveria fazer isso também.

— Eu sempre vou tá lá pra te fazer lembrar de mim. - Ele sorriu sarcástico.

Você acha que eu tô de brincadeira, Javon?! Que foi? Ta gostando de mim? Porque a única explicação pra você tá todo estranho desse jeito é isso.

Enemy Families - Javon WaltonOnde histórias criam vida. Descubra agora