Epílogo

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Epílogo

O mundo desabou em uma dançante valsa de cores turvas, parecia dar voltas e mais voltas, mas eu sempre permanecia no mesmo lugar, suas vozes melancólicas eram como um sussurrar aos meus ouvidos me atraindo a uma realidade muito distante.

Você tem certeza disso? ─ Ouço as mesmas palavras novamente, parecia um pesadelo sem fim.

Eu nunca poderia dizer não amor. ─

E de novo elas juntaram as testas e enroscaram os dedos mindinhos, com uma promessa silenciosa.

Nunca mais se separariam, não importava o tempo, dificuldades ou distância, isso é uma promessa de almas.

E as malditas palavras foram ditas.

O sol já irradiava pelas cortinas esbranquiçadas eliminando todo o quarto

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...
O sol já irradiava pelas cortinas esbranquiçadas eliminando todo o quarto. Parecia mais um dia comum naquele inferno de mundo.

Luz acordou assustada com o gritar do despertador. Céus, estava exausta e trêmula, não importava quantos remédios tomasse nunca dormia o suficiente, e tudo por causa daqueles pesadelos miseráveis.

Resmungou desligando o despertador e calçando os velhos chinelos da coca-cola. Precisava se arrumar imediatamente, tomar um banho frio e fazer alguma besteira para o café da manhã, se é que tivesse ânimo para descer todas aquelas escadas e ligar o fogão.

Parecia tão cansativo.

Ela pensou um pouco e deixou de encarar o piso de madeira reluzente, sua mãe não gostava de bagunça e muito menos queria o quarto da filha sujo, então ela tentava, tentava por ela a cada dia fazer algum tipo de esforço.

Mas era difícil. Pensou olhando o retrato do pai que a muito tempo se fora, ele era maravilhoso. Bem ao menos era isso que se lembrava ao repassar suas memórias desengonçadas quando criança.

A garota se aprontou e tomou um banho rápido antes de descer as escadas da casa nova pela qual tinham se mudado a alguns dias. Ainda era estranho aquilo, uma cidade nova com coisas bizarras e pessoas mais ainda.

Luz encarou o chão apoiada no parapeito das escadas. E se...

Não. ─ Ela balanço a cabeça negativamente e desceu degrau por degrau.

Quando chegou a cozinha reparou no bilhete em um dos seus post-its sobre a mesa quadriculada.

"Fui ao trabalho mais cedo hoje, uma emergência ou algo do tipo. Deixei umas tortillas para você na geladeira, não esquece de colocar o lixo pra fora e a carne pra descongelar.

Obs: É pra comer tudinho filha, você tá muito magrinha. Estou ficando preocupada, e não esquece do lixo!"

Riu ao terminar de ler o bilhete. Era uma coisa que elas tinham, sempre deixavam bilhetes uma pra outra. Olhou pra geladeira e depois rodou os olhos pela cozinha americana.

Soul Promises - LumityOnde histórias criam vida. Descubra agora