wow, parli italiano?

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Desculpem os erros.

Boa leitura ♡

◇───────◇───────◇

—Vou chamá-lo agora mesmo.

— Obrigada — Você esperou sentada em um banco.

Após alguns minutos o velho é acompanhado por uma criança, que nitidamente se segurava, comportado o suficiente para andar ao lado do responsável que o trazia de forma graciosa.

— Oi, titia.

— Oi, meu amor. Tudo bem?

— Sim, obrigado por me acompanhar, senhora Helena.

— De nada, Matt. Você é um bom menino.

Matt sorriu sem graça e esperou a mulher sair de perto para suspirar.

— O que foi?

— Eu tenho aulas o dia todo, estou morto. — Ele se joga na grama ao afrouxar a mini gravatinha que usava.

— Você não está gostando?

— Estou, na verdade isso é até melhor do que antes, mas é tudo muito complicado. Eu estou tendo aulas de italiano, ITALIANO. E eu só tenho seis anos.

— Italiano? Hm, Qual è il tuo difficile?

Uau, você fala italiano?

— Sim, trabalhei num caso em Milano, e tive que aprender.

— Fala mais!!! — Ele disse empolgado.

Cosa vuoi che dica?

Si presenta.

— Va bene. Io mi chiamo [Nome], non voglio dire la mia età. E questo è tutto.

O que você diz?

— Me apresentei, e eu não vou dizer a minha idade.

— Você fala muito bem.

— Um diz você chega no meu nível — Você jogou o cabelo para trás do ombro, se gabando enquanto ele te olhou com deboche. — Ih, não me olha assim não.

— Eu quero ser fluente como você. Mas é tão difícil aprender uma nova língua, eu mal sei falar a minha poxa.

— É para o seu bem, percebi que até aquele seu jeitinho de falar mudou, está mais maduro.

— Ou eu mudo por mim, ou as outras pessoas me mudam. Ouvi essa frase do tio Watari, você sabia que ele me dá aulas a parte? Tipo, quando eu tenho tempo livre, ele me chama e me da aulas de reforço. — Ele se sentou no outro balanço.

— E você gosta?

— Ah, mais ou menos. Quando eu posso brincar eu tenho que estudar mais de novo.

Você sorri e bagunça os cabelos de Matt. O menino amadureceu bastante com o pouco tempo que chegou. Ele falava direitinho, sem enrolar as frases, Matt nem parecia mais criança. Falava e portava como um adulto atrás de negócios e mais negócios.

— Ei, quando quiser falar comigo, pede para o Tio Watari pra ele me ligar, tudo bem?

— Certo. Vou te ligar toda noite. — o Ruivinho abriu um lindo sorriso e te abraçou. — Espero que não esteja ocupada.

— Pra você? Nunca, meu bem. Estou trabalhando naquele caso do Kira.

— Junto com L, não é? Parece que todos daqui idolatram aquele corcunda de Notre Dame.

— Ei, isso é coisa que se fale? — Você o repreende Segurando o riso.

— Eu menti?

— Matt — você riu. — Aqui não, quando voltarmos pra casa nós conversamos sobre isso.

Ele riu junto com você e te deu um abraço apertado quando Watari o chamou, dizendo que a próxima aula começaria em dez minutos.

— Boa aula, ragazzo.

— Grazie mille, zia. — Ele agradeceu e correu até o homem velho, que o repreendeu por ter desarrumado sua gravatinha.

•••

- Como estamos?

- Me diz você; Melhorou?

- Melhorei, fui ver o pirralho.

- Me desculpe pela pergunta invasiva, mas você tem filhos? - Pergunta Light no canto da sala.

- Desculpe, mas receio que você não tem a menor chance de ter alguma resposta sobre a minha vida pessoal.

- Tudo bem, foi uma pergunta idiota mesmo.

Você olhou para L de soslaio, ele entendeu e ergueu uma sobrancelha, ainda em sua direção.

Mesmo que possa ter sido apenas por curiosidade, era bom ficar em alerta ao se tratar do Yagami. Ele era um suspeito em potencial, afinal.

- Que isso, eu imagino que tem muitas perguntas mesmo. Mas como disse, minha vida pessoal não lhe interessa.

Ele fez uma breve referência como pedido de desculpas e saiu, em direção ao banheiro.

- Você foi rude. - L disse, porém foi possível detectar algum senso de humor na voz dele.

- Eu sei. Todavia, ainda sim estou certa. Não podemos dar brechas.

- Isso aí. E que estranho ele querer saber da sua vida do nada.

- Imagino que tenha sido uma pergunta despretensiosa. O fato de ter ou não filho, não impede de ser morto pelo Kira.

- Algo me diz pra tomarmos cuidado com Light. [Nome] se algo acontecer comigo, quero que o prenda na hora.

- Cale a boca!

- Me prometa!

- Eu prometo! Vou prende-lo assim que você for pro caixão. - Você brincou mas viu seriedade nos olhos fundos de L. — Pare, você não vai morrer! Vamos solucionar o caso juntos.

- Sabe que não pode ter tanta garantia disso ainda. Principalmente dessas coisas. Nós somos os principais alvos de um assassino em série, precisamos manter nossa guarda alta e sem brechas. E mesmo assim, a morte pode vir a qualquer momento.

- Cruzes. Você está falando igual à minha mãe. Bom, isso antes dela literalmente morrer.

- Você é tão desnecessária às vezes.

– Foi apenas para que você não seja mal humorado sozinho.

Você caminhou até o canto da sala onde havia um carrinho cheio de doces, cafés, chás, águas, energéticos e tudo o que tinham direito.
Pegou o pequeno móvel com rodinhas e o levou para perto de L.

— Come, acho que o seu mal humor é fome.

L te olhou com desdém, mas comeu o pratinho que você havia colocado em sua frente.

•••

- Na maioria das vezes eu não consigo me expressar como deveria.

- Não sei se sou a melhor pessoa a te ouvir agora.

- Não importa, você é a única. E eu acredito que de todos que passaram na minha vida, você é o que mais me entende. Não me julga. Mas também não dá conselhos. Isso é até que bom... Eu acho, não sei.

Sim, você estava mal por ter citado sua mãe mais cedo. Quando viva, ela dizia várias e várias vezes que não conseguia te entender, mas quando você tentava ela mal dava ouvidos.

Houve uma vez que na esperança dela finalmente te ouvir, você gritou, no meio de uma discussão que obviamente não te favorecia, você disse que ela diminuía tudo o que você fazia - o que não era mentira. E então, ela virou o tapa na sua cara.
Não por ter falado o óbvio,as por ter gritado.

Fala sério, mães tóxicas são até bem piores que pais tóxicos.

E você não iria deixar que Matt tivesse uma mãe assim.

𝙼𝚒𝚗𝚑𝚊 𝙳𝚎𝚝𝚎𝚝𝚒𝚟𝚎 ― Imagine LOnde histórias criam vida. Descubra agora