Luz, câmera e sorria.

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Estar em uma investigação não é fácil, você foi tachada de inteligente tantas vezes que não pode contar.

Mas claro, essas pessoas não estavam mentindo.

Para chegar ao ponto de ser convocada diretamente pelo maior detetive do Japão, você não pode ser pouca merda. E todos ali sabiam disso.

Você que propôs o plano, L verificou os detalhes e fez com que realmente funcionasse. Girando as poucas engrenagens e mantendo tudo em ordem.
É assim que vocês trabalham.

L sabia da sua competência, e enquanto você bolava o plano ele juntava as poucas peças do quebra cabeça que restavam.

Soichiro te encarava com insegurança, talvez aquilo fosse compreensível. Talvez você realmente tenha dó e pena dele. Um homem de tantos anos tendo seu único filho homem e de maior idade cursando a faculdade dos sonhos. É, acontece nas melhores famílias.

— Eu preciso mesmo estar presente?

— O senhor é a peça fundamental. E sinto muito por ter um ente querido envolvido, mas acredito que desde que entrou para o departamento policial estava ciente que poderia correr esses mesmos riscos.

— Sim, realmente.

O mais velho arrumou os óculos e comprimiu os lábios, a hora estava chegando. Light não compareceu esses últimos dias e isso ajudou vocês, puderam realmente organizar os últimos detalhes sem que o suspeito saiba.

O plano era simples, algo como um set de filmagem com atores experientes.
Talvez não tão, literalmente, experiente mas principais.

— Investigador-Policial Yagami. Está de acordo?

— Bom, sim. Estou de acordo. Mas como meu filho está envolvido, irei me abster se isso não der certo.

— Ótimo. Irá dar certo, verá com teus próprios olhos.

— Espero não me arrepender.

Ele suspira e você inspira. Aliviada. Tensa. E ansiosa.

— Arranje uma desculpa para colocá-lo no carro. Pegue as chaves e a pistola em cima da mesa e elabore um discurso motivador. O resto já sabe como fazer.

Era desumano pedir para que fizesse isso, mas se Light não confia em ninguém além do próprio pai, o que fará se confessar?

Ele precisaria de uma generosa dose de adrenalina e alguns puxões de orelha para quem sabe, dizer algo comprometedor.

— Me perdoe por estar pedindo isso ao senhor, mas será preciso.

Ele aceitou suas desculpas e se levantou, fez uma breve referência, quase mínima, e saiu, sem resmungos.

— As vezes me pergunto se realmente tenho sentimentos.

— Temos que ser assim. Saber separar o pessoal do profissional requer ser mais frio e insensível.

— Eu sei.

Você soltou todo o ar que prendia em seus pulmões de uma vez.
Deve ser difícil para um pai fazer isso com um filho.

Mas apesar de tudo, será feito uma única vez. Estavam confiantes.

— Eu acho que você deveria descansar.

— Deveríamos.

Corrigiu o vendo suspirar e rolar os olhos.

— Eu preciso de descanso tanto quanto você. Deveria pelo menos tomar um banho.

— Irei.

— Com rosa certeza!

Você sumiu por alguns minutos, apenas para voltar com uma toalha em mãos.

𝙼𝚒𝚗𝚑𝚊 𝙳𝚎𝚝𝚎𝚝𝚒𝚟𝚎 ― Imagine LOnde histórias criam vida. Descubra agora